Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, relatou "inconformismo" do governo chinês com ataques contra o país feitos por autoridades brasileiras.
Na ocasião, Dimas foi questionado sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro e aliados, como o filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, direcionados à China.
"O embaixador da China deixou muito claro que posições que são antagônicas, que desmerecem a China, causam inconformismo do lado chinês", disse.
Em relação a obtenção de insumos, Covas afirma que declarações anti-China prejudicam a produção de vacinas contra a Covid-19, visto que China é o maior exportador mundial dos insumos.
"Isso se reflete nas dificuldades burocráticas [na obtenção de insumos para a vacina]. Eram resolvidas em 15 dias. Agora, mais de mês. Nós, que estamos na ponta, sentimos isso. Negar isso não é possível", relatou o diretor do Butantan.
Ele ainda apontou que: "Usando as palavras que o próprio embaixador chinês disse, as manifestações que não são tão favoráveis à China causam problemas no fornecimento".
"Foi o próprio embaixador brasileiro que foi lá pessoalmente [na China], para tentar melhorar esse relacionamento, e isso parece ter surtido algum efeito, tanto é que houve a liberação tanto do IFA do Butantan, como do IFA da Fiocruz, porque os dois estavam sendo morosamente tratados. Isso é diferente do que acontece com outros países. Outros países não tiveram essa morosidade", completou.
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