Neste domingo (30), o Rio Negro, em Manaus, alcançou a marca de 29,97 metros e a cheia deste ano ano se igualou ao recorde histórico de 2012. O Jornal da Cultura de ontem mostrou que faltavam apenas dois centímetros para a marca ser alcançada.
Devido a cheia do rio, comerciantes, pedestres e veículos do centro de Manaus precisaram arrumar espaço para lidar com a água que invade ruas e avenidas históricas. Dos 62 municípios do Amazonas, 58 foram afetados pela cheia. Em Anamã, por exemplo, pacientes do hospital precisaram ser transferidos para uma balsa.
Mesmo com o recorde, a cheia já era esperada. O fenômeno está sendo mais recorrente nos últimos anos. Das 11 maiores cheias enfrentadas na capital nos últimos 100 anos, sete ocorreram desde 2009 para cá. O principal motivo são as fortes chuvas que caíram em toda bacia do Rio Negro.
Mas, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) publicou um artigo científico em parceria com a Universidade de Leets, do Reino Unido, sobre as cheias no Amazonas e alegou que as chuvas são reflexos das mudanças climáticas.
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"No período de 1990 a 2015, o Atlântico estava aquecido, enquanto o Pacífico Equatorial estava em um esfriamento. Então, essa diferença na pressão atmosférica nos dois oceanos intensificou aquela circulação atmosférica, trazendo mais nuvens, mais chuva e, consequentemente aumento das cheias”, diz a pesquisa.
A pesquisa também leva em consideração fatores humanos, como o aumento na emissão de gases do efeito estufa.
A cheia deve impactar mais de 400 mil pessoas em todo estado. Em 25 municípios estão em situação de emergência e muitas famílias precisaram ser retiradas das suas casas, que foram completamente inundadas.
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