A Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, pediu para que a Polícia Civil seja investigada pela operação que ocorreu na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, no dia 6 de maio.
A organização também divulgou nesta segunda-feira (31) um relatório sobre os possíveis crimes cometidos por policiais na ocasião. A operação deixou 28 mortos e foi a mais trágica da história da corporação.
O relatório foi fundamentado em provas apresentadas em investigações da Organização dos Advogados do Brasil (OAB), da Defensoria Pública, da própria Polícia Civil, e em relatos feitos pelos moradores da comunidade.
Segundo o documento, várias testemunhas disseram que a polícia executou ao menos três suspeitos e pelo menos quatro detidos disseram que foram agredidos. O texto ainda aponta que há evidências de que os policiais removeram corpos a fim de destruir provas.
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A Human Rights Watch também critica a forma como a investigação foi conduzida posteriormente a entrada dos policiais na comunidade. Isso porque os registros de ocorrência mostram que a polícia apreendeu apenas 26 armas, de um total de 200 policiais envolvidos na ação. O relatório aponta que a perícia ocorreu em somente três locais.
Por fim, o texto afirma que o Ministério Público deveria examinar a possível responsabilidade criminal e civil dos comandantes por ações ou omissões antes, durante e após a operação.
"A operação policial no Jacarezinho foi um grande desastre e ela trouxe muita dor aos familiares dos 28 mortos, inclusive aos familiares do policial. Essa operação, portanto, não pode ser celebrada e nem ser classificada como uma operação de sucesso", afirma Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch, em entrevista ao Jornal da Tarde.
Em nota, a Polícia Civil informou que as denúncias são apuradas em uma investigação interna que é acompanhada pelo Ministério Público.
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