Convidado da bancada do Jornal da Cultura desta quinta-feira (3), o médico clínico geral Arnaldo Lichtenstein falou sobre o aparecimento de superbactérias, como a mucormicose, em pacientes com Covid-19 e a relação delas com a utilização exagerada de antibióticos. Segundo ele, a utilização equivocada destes medicamentos pode contribuir para o surgimento de bactérias mais resistentes.
“O antibiótico não vai matar o vírus, isso é um erro universal. Uma bactéria super-resistente surge quando há uso indiscriminado de antibióticos. Seja por automedicação ou por médicos malformados. Se usa antibiótico muito mais do que se deve para muitas situações”, explica o médico.
Arnaldo comenta que alguns profissionais de saúde utilizam de forma correta o medicamento, quando o diagnóstico de Covid-19 não é confirmado e o paciente apresenta sinais de pneumonia. No entanto, ele alerta que o uso do antibiótico “não se justifica” depois da confirmação do vírus.
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Quanto à mucormicose, Lichtenstein explicou que é um fungo “super-raro” que geralmente acomete pessoas com uma resistência imunológica baixa, que pode ser gerada por diabetes ou algum câncer em estágio avançado.
Assista ao trecho com o comentário de Arnaldo Lichtenstein que foi a ar esta quinta-feira (3) no Jornal da Cultura.
Estudo publicado na Lancet sobre Antibióticos
Um estudo feito por um consórcio de universidades britânicas, e publicado na revista científica The Lancet, mostrou que o uso indiscriminado de antibióticos em pacientes da Covid-19 pode acelerar o surgimento de superbactérias.
Quase 49 mil pacientes foram acompanhados no início da pandemia, internados em 260 hospitais do Reino Unido, com idade média de 74 anos. 13% dos doentes tinham de fato alguma infecção que exigia o uso de antibióticos. Mas a proporção dos que receberam as drogas foi muito maior.
Cerca de 37% tinham tomado o medicamento antes da internação. Proporção que subiu para 85% dos hospitalizados. Três em cada dez pacientes internados morreram no hospital.
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Segundo o estudo, na pandemia há uma falha generalizada na administração destas drogas que combatem as bactérias, não os vírus. Muitos médicos estariam receitando para pacientes da Covid-19 porque acreditam no surgimento de infecções bacterianas secundárias, que agravariam os casos.
Assista à matéria sobre o tema que foi ao ar esta quinta no Jornal da Cultura.
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