Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) identificou anticorpos contra a Covid-19 no leite de lactantes vacinadas com a Coronavac quatro meses depois da imunização. Este é o primeiro estudo que revela esse tipo de proteção com o imunizante produzido pelo Instituto Butantan.
A pesquisa foi realizada pela Faculdade de Medicina da USP com 20 funcionárias do Hospital das Clínicas que amamentam e foram imunizadas.
Segundo Magda Carneiro Sampaio, coordenadora do estudo, o resultado indica um sinal positivo, ainda que com uma amostragem pequena. "Os níveis mais altos que nós tivemos, significativamente mais altos, aconteceram na primeira e na segunda semana após a segunda dose", afirma.
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Novos estudos são necessários para apontar exatamente como acontece a transferência de proteção da mãe para o bebê. o que se sabe até agora é que os anticorpos do leite materno são produzidos na própria mama da mãe, que se torna uma fonte de imunidade pro filho.
Os anticorpos detectados no estudo são os encontrados em secreções externas, como a saliva, a lágrima e o leite, e são diferentes dos presentes no sangue. "Eles atuam localmente na boca, na faringe, no trato gastrointestinal. Esse anticorpo tem uma propriedade muito interessante porque consegue resistir às enzimas digestivas. Ele está 'na porta de entrada' e gruda no vírus, ele impede que esse patógeno penetre no meio interno", explica Sampaio.
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O estudo da USP indica que os anticorpos vindos da amamentação atuam somente enquanto durar o aleitamento.
Assista à reportagem do Jornal da Tarde:
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