Nesta terça-feira (22), o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) negou à CPI da Covid a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia. Terra disse ainda que o presidente "de vez em quando" lhe pergunta "alguma coisa".
Quando questionado sobre o gabinete paralelo, Terra declarou: "A relação que eu tenho com o presidente é uma relação de amizade que ele tem com muitos outros deputados. Fui ministro, gosto do presidente, tenho simpatia por ele. Quando, de vez em quando, o presidente me pergunta alguma coisa, e eu acho que tenho que falar, eu falo".
A CPI quer saber se Terra integrou um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde que deu a Bolsonaro conselhos sobre a pandemia ineficazes e contrários à ciência.
Ele defende medidas rechaçadas no enfrentamento à doença, como a imunidade de rebanho e o uso de remédios comprovadamente sem eficácia. Em setembro do ano passado, esteve ao lado de médicos e de Bolsonaro em uma reunião no Palácio do Planalto em que se posicionaram contra a vacinação e favoráveis a um "shadow cabinet" (gabinete das sombras) para aconselhar o governo federal durante a pandemia.
Os requerimentos para ouvir o deputado foram aprovados na forma de convocação. Entretanto, após um pedido feito pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e aceito pelo presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM), Terra é ouvido nesta terça como convidado.
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