O depoimento de Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, à CPI da Covid foi adiado. Em ofício ao presidente da comissão Omar Aziz, os advogados de Maximiano informaram que ele está em quarentena obrigatória por ter voltado de viagem da Índia, em 15 de junho. O documento foi obtido pelo site da TV Cultura.
"A Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados – PVPAF-Guarulhos, com fulcro na portaria 654.20211, determinou ao peticionário o cumprimento de quarentena obrigatória pelo prazo de 14 (quatorze) dias, o impossibilitando de se deslocar até Brasília para a sessão a ser realizada no próximo dia 23.06", apontou o ofício.
A Precisa Medicamentos, empresa que Maximiano é sócio, é responsável pela comercialização da vacina Covaxin no Brasil. Os senadores investigam um possível esquema de favorecimento do Ministério da Saúde à empresa no processo de compra do imunizante.
A Procuradoria da República do Distrito Federal ampliou a investigação sobre o contrato firmado entre a pasta e o laboratório indiano Bará Biotech para a compra de 20 milhões de doses da vacina de origem indiana.
O Ministério Público Federal analisou o contrato e identificou um valor total de R$ 1,6 bilhão na compra do imunizante. A dose foi negociada a US$ 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, como a da Pfizer, considerados uma das mais caras. Além disso, o Brasil comprou a dose por um valor 1000% maior do oferecido inicialmente. A primeira proposta foi de US$ 1,34.
Após os 70 dias de prazo para execução do contrato, a Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano no Brasil, não entregou nenhum dos lotes de 4 milhões de doses porque não houve registro para importação para uso emergencial do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Requerimentos
Como o depoimento de Francisco Maximiano foi adiado, a CPI da Covid deve votar quase 60 requerimentos nesta quarta-feira (23). Um deles pede a convocação de um representante da empresa Twitter. Anteriormente já haviam sido protocolados os requerimentos de convocação de representantes das plataformas Facebook e Google, que gerencia o YouTube.
A comissão também deve votar nesta quarta a sessão sigilosa como o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e convocações para o esclarecimento da compra de alto valor da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.
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