A diretora executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta Jurema Werneck disse, nesta quinta-feira (24), à CPI da Covid que, se o país tivesse adotado distanciamento e ações eficientes de controle do vírus, 120 mil mortes por Covid-19 teriam sido evitadas no primeiro ano da pandemia.

"A gente sabe que tem duas coisas que precisam ser feitas [em pandemia]: tentar impedir a transmissão do vírus e preparar o sistema de saúde para receber os pacientes. Essas duas medidas contribuíram para salvar vidas", disse Jurema. Para ela, a oferta de leitos, medicamentos e profissionais treinados em quantidade suficiente também seriam essenciais.

A médica ainda pontuou que a pandemia causou 305 mil mortes acima do esperado no Brasil em seu primeiro ano. Ela explicou que o número leva em conta mortes pela doença, pelo retardo de busca de ajuda e por falta de assistência médica.

Os dados se baseiam em um levantamento do Movimento Alerta com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre mortes causadas pela Covid-19 e em uma série de padrão de óbitos no país entre 2015 e 2019. A pesquisa também levou em conta os óbitos que poderiam ter sido evitados pelos serviços de saúde e analisou 52 semanas epidemiológicas, desde a primeira morte no país causada pelo vírus, em 12 de março de 2020.

A CPI também ouve nesta quinta (24) o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal. Ele deve esclarecer dúvidas dos senadores sobre a relevância das medidas não farmacológicas no enfrentamento da pandemia.

Os depoimentos estavam previstos inicialmente para a próxima sexta-feira (25), mas foram antecipados pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). Devido à mudança, o depoimento do assessor do Palácio do Planalto Filipe Martins, previsto para a esta quinta, foi adiado.

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Assista ao Roda Viva com participação de Jurema Werneck: