Manifestantes pró e contra o governo Cubano se enfrentaram nas ruas, no último domingo (11). As manifestações pediam liberdade e acesso a bens de consumo em Cuba e eram contrárias aos preços altos dos alimentos e às quedas constantes de energia. A polícia bateu com cassetetes em quem criticava a gestão do presidente Miguel Díaz-Canel.
O governante apareceu durante o protesto e criticou os manifestantes, chamando-os de "gusanos", apelido dados aos desertores do regime cubano. Ele também culpou pela crise o embargo econômico americano imposto à ilha desde 1962. Os Estados Unidos punem países e bancos que realizam transações financeiras e comerciais com Cuba. No mês passado, as Nações Unidas condenaram pela vigésima nona vez o bloqueio, alegando que ele sufoca a economia cubana, impede qualquer reação do governo e leva a população à escassez constante.
Além de alimentos, faltam remédios e produtos de necessidades básicas. O turismo, que se tornou o alicerce da economia cubana, parou durante a pandemia de Covid-19, assim como aconteceu no mundo inteiro. A Ilha oferece vacinas para os estrangeiros, em uma tentativa de aquecer novamente o setor. Desde o início do ano, o governo anuncia várias medidas econômicas, como a abertura quase total do setor privado, unificação da moeda e reajuste de pensões e salários.
Cuba abriu também para investimentos estrangeiros, diminuindo a burocracia. Além de China, Venezuela e Rússia, que têm acordos especiais com a Ilha, a Espanha é um importante parceiro. A União Europeia também tem negócios com os cubanos que chegam a quase US$ 4 bilhões.
Em relação à pandemia, Cuba tem batido recordes de infecções. São mais de 238 mil contaminados e 1.537 mortes. Até o momento, o país vacinou 15,3% dos pouco mais de 11 milhões de habitantes. Cuba aplica dois imunizastes produzidos pelo próprio país: a Soberana 2 e a Abdala. Testes locais apontaram eficácia de 62% da Soberana 2, com duas doses. As vacinas desenvolvidas em Cuba ainda não foram avaliadas pela Organização Mundial da Saúde.
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