Nesta quarta-feira (14), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou testes clínicos de mais duas vacinas contra a Covid-19 no Brasil - uma desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas e a segunda pela AstraZeneca, uma nova versão modificada para também fornecer imunidade contra a variante beta.
As pesquisas serão conduzidas em nove estados, com mais de oito mil voluntários, informou a agência.
Com as duas aprovações, o país passa a ter 10 pesquisas clínicas de vacina aprovadas desde o início da pandemia.
Entenda como serão testadas as duas novas vacinas
Vacina desenvolvida na China
A primeira pesquisa clínica testará a vacina desenvolvida pela Academia Chinesa de Ciências Médicas. Assim como a CoronaVac, ela é inativada.
A pesquisa será feita nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, com 7.992 participantes ao todo. Todos precisam ter 18 anos ou mais.
O teste será de fase 3, com grupo placebo (que recebe uma substância inativa para medir os efeitos) para avaliar a eficácia, segurança e a imunogenicidade da vacina. Serão duas doses, aplicadas com intervalo de 14 dias entre a primeira e segunda dose.
Os testes também serão feitos na Malásia, em Bangladesh, na China e no México. Ao todo, cerca de 34.020 pessoas participarão dos ensaios.
Vacina AZD2816
A segunda pesquisa clínica aprovada testará a vacina AZD2816, uma versão da AstraZeneca. Vai usar a mesma tecnologia da anterior (vetor viral), no entanto, a nova vacina foi modificada para também fornecer imunidade contra a variante beta do coronavírus.
O estudo será patrocinado pela empresa AstraZeneca e a vacina será fabricada pela empresa Symbiosis Pharmaceutical Services, sediada no Reino Unido. A pesquisa será feita na Bahia, no Distrito Federal, no Paraná, no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Serão 800 voluntários. Poderão participar adultos de 18 anos ou mais já vacinados e também os que ainda não receberam uma vacina contra a Covid-19.
A medida da resposta imune será feita comparando três situações de aplicação da vacina:
- Quando ela é dada em dose única a pessoas que não têm anticorpos contra o coronavírus, mesmo depois de vacinadas. Os testes serão feitos em quem recebeu as duas doses da primeira vacina da AstraZeneca (que está sendo aplicada no Brasil) ou de uma vacina de RNA mensageiro (no Brasil, apenas a da Pfizer está sendo aplicada).
- Quando ela é dada em duas doses a pessoas que não têm anticorpos contra o coronavírus e que não foram vacinadas.
- Quando ela é dada apenas como segunda dose para quem receber a primeira vacina da AstraZeneca na primeira dose. Nesse caso, as pessoas não podem ter anticorpos para o vírus, e também não poderão ter sido vacinadas antes dos testes.
Em todos os casos, a segunda dose deve ter sido administrada pelo menos três meses antes da primeira administração da intervenção do estudo.
Os testes também serão feitos no Reino Unido, África do Sul e Polônia. Ao todo, incluindo os voluntários do Brasil, 2.475 pessoas participarão dos ensaios.
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