A cúpula da CPI da Covid decidiu ingressar na Justiça Federal com um pedido cautelar de bloqueio de recursos da farmacêutica Vitamedic para ressarcir os cofres públicos.
A empresa lucrou expressivamente com as vendas de ivermectina durante a pandemia, mesmo após haver comprovação científica de que o medicamento não é eficaz no tratamento da Covid-19.
De acordo com relatórios enviados à comissão, as vendas de ivermectina saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — um incremento de 226%.
Além disso, em depoimento à CPI nesta quarta-feira (11), Jailton Batista, diretor-executivo da farmacêutica, afirmou que a Vitamedic destinou R$ 717 mil para financiar manifestos em defesa do chamado tratamento precoce. O empresário ainda reconheceu que a desenvolvedora do medicamento, a americana Merck, publicou estudo no qual atesta que a ivermectina não é eficaz para o tratamento contra o novo coronavírus.
Embora tenha ressaltado que não mantém contratos com o governo federal, Barbosa afirmou que fornece seus produtos, entre eles a ivermectina, para estados. Por isso, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), decidiu pedir a medida cautelar, pedido que foi acatado pela direção da CPI.
"Em que pesem as tentativas do depoente de informar que apenas atendeu a demanda do mercado, essas compras são claras violações ao interesse público e às normas que regem as compras públicas no país", disse o senador.
"Eu sugiro que seja feito um pedido cautelar à Justiça Federal pra que bloqueie recursos suficientes pra garantir o ressarcimento aos cofres públicos enquanto durar essa investigação. Eu acho que essa é uma medida cautelar que a CPI deve tomar", completou.
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