O Linhas Cruzadas desta quinta-feira (23) debateu alguns tabus da nossa sociedade, entre eles, o arrependimento materno.
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Para abordar o tema, o programa conversou com a atriz Karla Tenório. Karla tem um canal no Youtube para falar com mães que se arrependeram de ter filhos, uma situação que ainda é mal vista por muitas pessoas.
A atriz comentou as dificuldades que passou por tocar nesse assunto. “Eu fui muito apedrejada e mal compreendida porque as pessoas associavam o arrependimento ao ódio, como se eu odiasse a minha filha, pelo contrário”.
Ela se diz arrependida pela estrutura patriarcal existente na sociedade, em que as mulheres precisam ficar em casa, abdicar da sua vida para parir, enquanto os homens saem para trabalhar e seguir sua rotina normalmente. “Eu odeio ser mãe nessa estrutura. A carga mental é exaustiva, a gente tem que ser a heroína, nunca cansar, nunca errar”, comentou Karla.
Em conversa com Thaís Oyama, o filósofo Luiz Felipe Pondé rebate algumas afirmações. “O neoliberalismo produziu a emancipação feminina, para o bem e para o mal. Possibilitou o trabalho, passar pelas mesmas pressões que os homens passam”.
Segundo Pondé, a atriz toca em um tema importante, mas tem que tomar cuidado para a responsabilidade não migrar para terceiros. Thaís concorda: “O discurso dela é 90% político, então ela se arrepende porque tudo cai para a mulher nessa estrutura, mas as questões de fundo ela deixa em segundo plano”.
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Veja o trecho completo:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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