Fundação Padre Anchieta

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Quase 75% do crédito novo concedido pelos bancos a pessoas jurídicas em meio à crise do coronavírus está indo para as grandes empresas, que recorreram em peso às instituições financeiras neste momento de retração do mercado de capitais.

As pequenas e médias, por outro lado, estão tendo dificuldade para acessar financiamentos, em meio a dificuldade de apresentar garantias e ao fracasso do programa do governo federal de empréstimos para pagamento da folha.

Entre 16 de março e 8 de maio, os bancos emprestaram R$ 291,6 bilhões ao setor privado como um todo. Segundo dados do Banco Central, desse total 74,3% (ou R$ 216,9 bilhões) foram destinados a empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões por ano.

No ano passado, essas grandes empresas estavam se financiando, em parte, com emissão de ações e títulos de crédito privado, uma fonte de recursos que secou neste ano por causa da crise.

De meados de março para cá, as médias empresas ficaram com 14,8% do total emprestado (R$ 43,3 bilhões), e as pequenas, que respondem por 52% dos empregos formais no Brasil, com apenas 10,7% (R$ 31,4 bilhões).

Ciclo vicioso

É um ciclo vicioso: o crédito não chega às empresas de menor porte pois os bancos, com receio do tamanho da crise, estão pedindo garantias maiores neste momento, que elas não conseguem entregar.

Antes do coronavírus chegar ao Brasil, as grandes respondiam por 62,5% de tudo o que estava emprestado para empresas no país (estoque de crédito), enquanto que as pequenas e médias respondiam por 37,4%, segundo dados de fevereiro do BC.

Era uma relação já desigual, que se aprofundou com a pandemia.

“Os grandes clientes foram garantir liquidez neste momento para fortalecer seus caixas, já que a crise matou o mercado de capitais como fonte de financiamento no Brasil”, diz o especialista em bancos Luis Miguel Santacreu, da agência classificadora de risco Austing Rating. “Para as micro e pequenas empresas, isso é mais difícil. Os bancos muitas vezes pedem garantias que elas agora não conseguem oferecer”.

Um exemplo dessa dificuldade são lojistas de shopping, por exemplo. A paralisação das atividades por causa da pandemia reduziu as garantias que esses comerciantes costumavam apresentar ao setor bancário, que eram principalmente recebíveis de cartão de crédito.

Programa fracassado

O governo sempre soube que as pequenas e médias estavam na posição mais frágil na crise. Tanto que um das primeiras medidas lançadas foi o programa de financiamento à folha de pagamento por dois meses para empresas com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões, lançado no final de março.

Foram reservados R$ 40 bilhões em dois meses para esse financiamento, mas um mês e meio depois, o programa emprestou apenas 1% desse valor e já é considerado um fracasso pelo Ministério da Economia, que está reformulando a linha.

O principal motivo para uma contratação tão baixa, segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, é que há a contrapartida de não demitir os empregados por um tempo. “As empresas estão inseguras se precisarão ou não colocar o trabalhador para fora. Vai sobrar dinheiro na linha”, afirmou.

Crédito negado

Uma pesquisa feito pelo Sebrae ilustra um pouco esse movimento. O levantamento, feito entre os dias 3 e 7 de abril com 6 mil empreendedores de todo o país, mostrou que 60% dos donos de pequenos negócios que já buscaram crédito no sistema financeiro desde o início da crise tiveram seus pedidos negados.

A pesquisa traça um cenário sombrio para os pequenos empreendimentos: quase 88% viram seu faturamento cair, e estimavam, na época, ter caixa para apenas 23 dias de funcionamento, em média. Mais de 62% dos negócios haviam interrompido temporariamente as atividades ou fecharam as portas de forma definitiva.