As seguidas altas na taxa básica de juros, a taxa Selic, desde o início do ano, já refletem nos juros do cartão de crédito. Economistas temem que famílias fiquem ainda mais endividadas.
Na última elevação do índice, a Selic foi a 6,25% ao ano. A taxa guia todos os juros do mercado. Ao aumentar o índice, o Banco Central gera um efeito dominó na economia. Os juros bancários, por exemplo, sobem. Empréstimos, cheque especial e também o cartão de crédito, tudo fica mais caro. A intenção é que, com a elevação, as pessoas diminuam o consumo e os preços voltem a cair.
Para o economista Ladislaw Dowbor, a estratégia do governo para controlar a inflação nos últimos meses só funciona para economias que estejam com alto consumo, o que não é o caso do Brasil. “Numa economia onde as empresas trabalham em 70% da capacidade, elas precisam de demanda. Não faz sentido. Não se combate o subconsumo como temos no país hoje, com famílias endividadas, elevando a taxa de juros”, comenta.
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Atualmente, o Brasil tem 62 milhões de pessoas endividadas segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Utilizar crédito em um momento como esse, quando as taxas podem chegar fácil a mais de 300% ao ano, pode ser um caminho para mais endividamento.
A assistente de estilo Milena Lourenço foge das dívidas do cartão sempre que pode. “Morro de medo dos juros abusivos do cartão crédito, morro de medo de não conseguir arcar com isso no final do mês, morro de medo de ficar como nome sujo. Por isso que o cartão fica parado sem uso”, relata.
Nesta segunda (27), a Caixa Econômica Federal lançou um programa de microcrédito para pagamento de contas. Estarão disponíveis valores entre R$ 300 e R$ 1.000 para pagar em até 24 vezes. Os juros são de praticamente 4% (3,99%) ao mês.
Assista à matéria sobre o tema que foi ao ar esta terça-feira (28) no Jornal da Tarde:
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