De acordo com a pesquisa FGV-Social, 47% dos jovens brasileiros entre 14 e 29 anos afirmam que deixariam o Brasil se tivessem condições.
A expectativa é que, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o percentual tenha crescido. Entretanto, com a alta do dólar e dificuldades financeiras vividas pela população, fica mais difícil se organizar financeiramente para conquistar esse sonho.
Em entrevista ao site da Cultura, Lorelay Lopes diretora de operações da UP Consórcios, fintech responsável por oferecer cota de serviços aos intercambistas, Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro do Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras, e o CEO da Universidade do Intercâmbio, Vinicius Nunes deram dicas para se planejar e conseguir um bom intercâmbio.
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Natural de Brasília, Vinicius revelou sempre ter tido vontade de sair do país, estudar e morar fora, porém, para ele esse sonho era algo inatingível.
Anos trabalhando com educação pelo mundo, explicou que “você não precisa ter as melhores notas, e se as tiver, não necessariamente será aceito em uma universidade, é um processo seletivo mais semelhante a vagas de emprego, em que a instituição procura entender quem é você e o que pode oferecer”.
A empresa especializada em auxiliar pessoas a encontrarem as melhores oportunidades ao redor do mundo, oferece conteúdos gratuitos em diversos formatos, como podcast, blog, cursos e e-books.
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De acordo com o CEO, a ideia é entender qual o melhor país, universidade, curso ou bolsa de estudo para cada estudante. “A nossa ideia é de fato incentivar o aluno a encontrar a melhor oportunidade para ele”, destacou.
A indicação de país também irá variar de caso a caso, mas ainda existem aqueles que optam por opções mais conhecidas, como o Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Por outro lado, existem opções que têm se tornado cada vez mais receptivas e procuradas, como Espanha, Argentina, Portugal, Austrália, Japão e Rússia.
Para Roberto, o primeiro passo para guardar dinheiro, não só para um intercâmbio, mas também outros planos, é ter o mínimo de organização financeira. É preciso saber quanto ganha, gasta e poupa, e assim, em seguida, começar a se planejar.
Investimento e intercâmbio
O analista de ações ainda explica que para aqueles que planejam com alguns anos de antecedência, investir pode ajudar bastante, desde que realize de forma correta. “Você precisa fugir de investimentos de risco, se você errar a mão ou pegar um momento ruim do mercado, pode perder dinheiro ao invés de ganhar. O que você tem que buscar em um investimento quando deseja fazer uma viagem ou coisas do gênero são investimentos que vão te ajudar a rentabilizar”, explicou.
Entre as opções, ele indicou: Investimentos atrelados à inflação como tesouro IPCA, fundos de inflação e fundos cambiais, que irão proteger de inflação e alteração da moeda do país de destino.
Quando começar a investir?
Não há um momento ideal para começar a investir, porque irá depender de quanto consegue gerar de economia e gastará ao todo.
Consórcio x Financiamento
Lorelay explicou os benefícios e malefícios de realizar um consórcio ou financiamento. A melhor opção vai variar de acordo com a situação de cada estudante.
No consórcio, por exemplo, a burocracia é menor, mas não é uma opção indicada para quem deseja viajar imediatamente, já que pode ser contemplado por um lance, sorteio ou prazo estabelecido. No financiamento, a pessoa consegue pegar o dinheiro no mesmo momento, apesar de encontrar uma dificuldade maior em relação a documentação.
Na primeira opção você não pega dinheiro emprestado, mas entra em um grupo com um objetivo em comum, e, por isso, não paga nenhuma taxa. Já na segunda opção, as taxas normalmente são as de mercado.
“No consórcio eu estou me planejando, posso ser contemplada através de lance, sorteio ou pelo meu prazo desejado. Se eu planejo viajar daqui 2 anos eu garanto que daqui a 24 meses estarei contemplada. Já no financiamento você tem o imediatismo de pegar o dinheiro agora e poder viajar agora”, destacou a diretora de operações.
No momento em que a pessoa fecha o orçamento do consórcio, não é necessário ter todo o valor em mãos mas ter certeza de que ele cabe no orçamento. Se no meio do caminho mudar de ideia e desistir do intercâmbio, ela pode utilizar o dinheiro em algum outro serviço que emita nota fiscal.
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