O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (14), em entrevista à Rádio Novas de Paz (PE), que tem "vontade de privatizar" a Petrobras e irá conversar com a equipe econômica sobre o assunto.
O presidente não deu detalhes de como seria o processo de venda da estatal. Em meio à alta do preço dos combustíveis, a declaração ocorre no decorrer de reclamações do presidente de que tem poder limitado na definição dos valores, mas é apontado como culpado a cada aumento.
Bolsonaro alega não ter culpa pela alta dos preços e repetiu a argumentação dos últimos meses, e demonstra irritação quando é cobrado pela disparada dos preços.
"Eu já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer porque, o que acontece? Eu não posso, não é controlar, não posso direcionar o preço do combustível, mas quando [ele] aumenta a culpa é minha", afirma.
O preço final dos combustíveis é composto pelo preço cobrado pela Petrobras nas refinarias, segundo o governo atrelado ao mercado internacional, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
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Neste ano, a gasolina acumula alta de 57,3%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e gás de cozinha já subiu cerca de 90% desde março.
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro disse que "não gostaria" de ver a Petrobras privatizada. Na ocasião, declarou que a medida só seria feita "se não houver solução".
Já o ministro da Economia, defendeu no mês passado que a Petrobras entre na "fila" das privatizações nos próximos anos.
A declaração do presidente vem após o ministro da Economia, Paulo Guedes, defender na véspera que o governo possa vender ações da petroleira estatal em momento de valorização dos papéis para distribuição.
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