Depois de seis meses, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão Bolsonaro frente à pandemia concluiu suas atividades através de um relatório final. No documento, que ultrapassa mil páginas, o presidente da República foi acusado de nove crimes, dentre eles epidemia com resultado morte, charlatanismo, incitação ao crime, entre outras. A divulgação do relatório trouxe repercussão nos principais jornais do mundo, como a BBC Internacional, o britânico The Guardian e o norte-americano, The New York Times.
Jair Bolsonaro acumulou uma má fama quando se trata de sua posição frente à pandemia. Apesar de existirem outros líderes, como o republicano Donald Trump, que negligenciaram a gravidade da situação, o presidente brasileiro foi o único a comparecer à Assembleia Geral da ONU deste ano sem ter tomado ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Ainda, enquanto estava em Nova Iorque para o evento, Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, testou positivo para a doença, junto de outros membros da comitiva.
A BBC Internacional colocou em lugar de destaque a seguinte manchete: "Senadores brasileiros apoiam acusações criminais contra a gestão de Bolsonaro frente à Covid". Ainda, a reportagem reitera que o presidente se absolve de qualquer queixa, apesar dos mais de 600 mil mortos pela doença. A BBC também enfatizou a queda na popularidade de Jair Bolsonaro que, desde a pandemia, vem atingindo altos índices de rejeição.
Já o jornal britânico The Guardian afirmou que o "comitê votou a favor de responsabilizar o presidente pelas mais de 600 mil mortes". Além disso, expôs que uma das entidades que deve dar seguimento ao relatório e, de fato, criminalizar Bolsonaro é a Procuradoria Geral da República (PGR), comandada por Augusto Aras, nomeado pelo próprio presidente, e que, em inúmeras ocasiões se mostrou omisso frente às irregularidades de sua gestão.
Outro veículo que reportou sobre o relatório final da CPI foi o jornal francês Le Monde. A reportagem enfatizou que, um dos pedidos dos senadores, é que o presidente Jair Bolsonaro seja privado das redes sociais. Isso porque, em diversas ocasiões, ele utilizou de suas plataformas para disseminar notícias falsas, especialmente em relação à pandemia. Nessa semana, uma de suas lives foi derrubada por espalhar informações comprovadamente equivocadas sobre a Covid-19 e o vírus da Aids.
Além disso, os jornais The Washignton Post dos EUA, a CNN Internacional, o alemão Der Spiegel e o português Público também noticiaram o parecer dos senadores, que votaram por criminalizar Jair Bolsonaro na sua gestão da pandemia.
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