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Reprodução: Tv Cultura
Reprodução: Tv Cultura

A convivência da multiplicidade de religiões existentes foi um dos assuntos do Estação Livre desta sexta-feira (29), que teve como tema principal a fé. O programa exibiu uma reportagem sobre a “guerra do acarajé”, um conflito que acontece em Salvador pela venda do alimento de origem africana feita por evangélicos.

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A comunidade afro-brasileira acusa esses cristãos de apropriação cultural, já que o quitute é patrimônio da Bahia, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Por isso, existem regras para sua venda, como a obrigatoriedade da vestimenta típica das baianas, no entanto os evangélicos não cumprem esses regulamentos e ainda rebatizaram o acarajé de “bolinho de Jesus”.

Dulce Maria de Jesus, baiana do acarajé, explicou que antigamente o petisco só podia ser vendido por membros do Candomblé. “É uma oferenda feita para Iansã, o dinheiro era usado para fazer a festa da santa, da orixá.”.

Ainda segundo Dulce Maria, a questão maior não é a venda por pessoas de outras religiões, mas sim o descumprimento de regras. “A nossa luta é para que as baianas se vistam de baianas, que usem seus adereços e sua vestimenta. Elas relutam com relação a isso”.

O vendedor evangélico, Leonardo Coelho, contou a versão do outro lado da história. Para ele, o Brasil mudou e as roupas não trazem um significado com elas.

“Com o dinheiro do acarajé, eu sustento quase oito pessoas. Eu não vou vestir uma roupa a qual eu não vou me sentir bem. Não é isso que o meu Espírito Santo quer para mim”.

Outra vendedora argumenta que seria desrespeitoso usar os trajes do Candomblé sem seguir as crenças. “Tem a questão das cores, dos colares, que não representariam para a gente o que representa para eles”.

Porém, o decreto da prefeitura de Salvador diz que o/a baiano/a do acarajé tem que estar de bata, de saia e de touca.

Veja a reportagem completa:

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Assista ao programa na íntegra:

O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura negra, a rica diversidade do Brasil e trazer a sociedade para repensar e ajudar a reconstruir um país mais justo para todos.