Fundação Padre Anchieta

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Apesar de ser um país em que muitos não têm condições de se alimentar dignamente, o Brasil ainda observa muito desperdício de comida. Em 2015, um levantamento da Food and Agriculture Organization the United Nations mostrou que, em média, cada brasileiro desperdiça 41,6kg de alimentos por ano.

Cerca de 35% da produção no Brasil vai para o lixo, número que o encaixa entre os 10 países que mais desperdiçam sua comida. Mesmo com os dados alarmantes, há iniciativas que promovem o consumo consciente e tentam ao máximo acabar com o desperdício, como por exemplo a “Food To Save”.

Proposta

A empresa atua na etapa final da cadeia produtiva dos alimentos e visa acabar com o desperdício. Para isso, ela conecta os estabelecimentos que possuem produtos excedentes, que não foram vendidos ou estão próximos do vencimento, com o consumidor, o que gera um desconto em relação às compras da maneira convencional.

“Nossa solução conecta estabelecimentos do ramo alimentício que possuem excedentes de produção a usuários engajados em entrar na luta contra o desperdício de alimentos. Esses usuários têm acesso a descontos de até 70% nos produtos”, aponta Lucas Infante, CEO e co-fundador da Food To Save.

“Sim, todos ganham: no lado dos parceiros geramos um novo fluxo de clientes que não necessariamente são os clientes habituais daquele local, ao mesmo tempo que monetizamos os excedentes, que antes eram descartados. Nossos usuários, os foodsavers, têm acesso a uma ampla variedade de estabelecimentos com descontos atrativos e também contribuímos com o nosso planeta - ao evitarmos o descarte incorreto de alimentos, também reduzimos a emissão de gases de efeito estufa”, completa.

Como funciona?

Os pedidos são feitos pelo aplicativo da empresa ou pelo site. O consumidor informa o local onde está e pode verificar os estabelecimentos próximos a ele que pode realizar o serviço, tendo a escolha de retirar o produto no local ou o delivery. Há também as sacolas surpresa, podendo o cliente escolher entre doce, salgada e mista.

Ideia

Em entrevista ao site da TV Cultura, Infante afirma que tudo surgiu de seu inconformismo com a absurda porcentagem de comida que não é aproveitada no Brasil. Aliada à sua indignação, ele “importou” a ideia do exterior, onde presenciou diversas iniciativas de combate ao desperdício. Para o empresário, havia “uma grande oportunidade de empoderar pessoas a lutarem contra o descarte de alimentos ao mesmo tempo que pudessem rever seus hábitos em relação ao consumo mais consciente.”

Mercado, oportunidades e adversidades

Infante diz que iniciativas que têm o propósito de “solucionar problemas sociais e ambientais” vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado. “O selo sustentável deixou de ser algo bonito e diferente, ele tornou-se fundamental e obrigatório para que possamos pensar em um planeta habitável para os próximos anos”, diz.

Segundo o CEO, as grandes mudanças virão através da educação e da colaboração. Apenas as frentes sociais, políticas e econômicas podem garantir que o avanço continue constante seja cada vez mais relevante. Para ele, o objetivo da iniciativa é “apoiar, empoderar e fomentar a sociedade a repensar o consumo consciente.”

Mesmo com a importância de iniciativas com esse propósito, é preciso quebrar barreiras culturais e reeducar a população na questão do desperdício de alimentos e de sua relação com a comida para que a Food To Save e outras startups do ramo possam continuar crescendo. Para Infante, o conceito “é melhor sobrar do que faltar” não pode ser aceito em um país com tantas pessoas passando fome. “Não podemos aceitar esse modelo de consumo diante do número de pessoas vivendo em situação extrema de insegurança alimentar, que já ultrapassa os 20 milhões de brasileiros”, completa.

“Por tratar-se de uma nova forma de combater o desperdício de alimentos, através do modelo surpresa, nós geramos curiosidade e incentivamos tanto estabelecimentos quanto usuários a entrarem nesse movimento, porém, ainda sofremos um certo preconceito relacionado ao receio de consumir alimentos próximos à data de validade ou perecíveis, mesmo estes estando ainda aptos para consumo”, explica o empresário.

Por ser uma ideia que não foi originada no Brasil, a Food To Save tem um modelo que pode demorar para ser implementado. O fundador da empresa reconhece que é impossível quebrar todas as barreiras em um curto espaço de tempo, mas garante que continuará a trilhar o percurso. “Nossa missão é muito clara quanto ao trabalho de conscientização e revisão dos nossos hábitos de consumo alimentar. Temos um longo caminho pela frente, mas estamos seguros de que estamos seguindo o correto.”

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