A ocupação de leitos de UTI para pacientes Covid-19 caiu nos últimos 20 dias. É o que diz a mais nova pesquisa do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), mais antigo sindicato patronal de saúde da América Latina e que representa 55 mil serviços de saúde privados no estado de SP.
No estudo, realizado entre os dias 1 a 9 de fevereiro, apenas 11% dos hospitais relataram ocupação de 81% a 100% de UTIs para Covid-19. Na pesquisa anterior, realizada de 12 a 19 janeiro, 39% dos hospitais relatavam ocupação de 81% a 100%, indicando uma desaceleração das infecções graves por Covid-19.
A pesquisa do SindHosp ouviu 72 hospitais (25% na capital e 75% no interior) que dispõem de 8.972 leitos, 1.907 deles destinados ao tratamento de pacientes com coronavírus, sendo 52 pediátricos, 644 de UTI e 1.211 leitos clínicos. Cerca de 95% dos hospitais relatam capacidade de aumento de leitos para Covid caso haja necessidade.
Os atendimentos de urgência para pacientes com suspeita de Covid-19 continuam crescendo. Para 51% dos hospitais o aumento do atendimento emergencial foi de até 20% e para outros 34%, variou entre 21% e 40% nos últimos 15 dias. Esse aumento nos atendimentos de urgência tem gerado espera de 1 hora em 51% dos hospitais e de 2 a 3 horas em 32% dos serviços de saúde.
Para o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, a diminuição das internações em UTI e o contínuo aumento dos atendimentos de urgência nos prontos-socorros podem indicar que a contaminação dos pacientes tem ocorrido de forma mais leve em decorrência da vacinação em massa. "Alertamos que o período de carnaval, com a decretação de ponto facultativo, pode propiciar aglomerações e reiniciar uma nova onda de infecções”, destaca. O médico frisa a necessidade de se evitar aglomerações e o uso contínuo de máscara e lavagem de mãos.
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Faixa etária dos pacientes
Pacientes internados em leitos de UTI têm entre 60 e 79 anos em 76% dos hospitais enquanto nos leitos clínicos 41% dos hospitais registram também pessoas de 60 a 79 anos.
Maiores problemas
Questionados sobre os maiores problemas encontrados no atendimento hospitalar, 67% dos hospitais indicaram o afastamento de profissionais da equipe multiprofissional e de médicos por problemas de saúde enquanto 21% relataram que refere-se ao aumento do atendimento de urgência/emergência maior que a capacidade do hospital.
Cancelamento de cirurgias eletivas
Mesmo com a ocupação de UTIs em baixa, 40% dos hospitais informam que estão cancelando de 21% a 40% das cirurgias eletivas e 36% dos estabelecimentos de saúde estão com cancelamento de até 20%.
Cerca de 35% dos hospitais relatam aumento das consultas on-line em mais de 60% enquanto 27% deles registram aumento dos atendimentos online de 21% a 4%.
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