Os candidatos à presidência da República da "terceira via" divulgaram nesta terça-feira (1) uma nota em que pedem o posicionamento do Brasil em relação à invasão russa à Ucrânia. A posição é assinada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) e Felipe d'Avila (NOVO).
“Pedimos ao governo brasileiro que se posicione, unindo-se às nações que defendem a soberania da Ucrânia e a solução pacífica do conflito”, diz um trecho.
No último domingo (27), o presidente concedeu uma entrevista no Guarujá, cidade onde passa o feriado de carnaval, e afirmou: “No meu entender, nós não vamos tomar partido. Nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução".
Nesta terça completa seis dias que a Rússia invadiu e bombardeou cidades ucranianas. Bolsonaro se manteve “neutro” e não condenou diretamente os ataques.
O pronunciamento dos pré-candidatos criticam a posição de neutralidade brasileira. “A defesa da paz, da soberania nacional e da legitimidade da ordem internacional sempre pautou a política externa brasileira. Quando esses princípios cardeais são violados, não há espaço para neutralidade”, afirma o pronunciamento.
“O ataque militar da Rússia à Ucrânia é uma tentativa condenável de mudar o status quo da Europa por meio da força, estimula a retomada de uma corrida armamentista e coloca em risco a soberania de países que lutaram contra as tiranias por liberdade e inserção na comunidade das nações”, completa.
O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, também criticou a posição de neutralidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a invasão russa à Ucrânia. Segundo ele, "imparcialidade" não se aplica quando se sabe quem é o agressor.
"Nós sabemos quem é o agressor. Há vítimas. Não entendo como que imparcialidade pode se aplicar nessa situação", disse.
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