Ilustrador, jornalista e um dos maiores artistas gráficos do Brasil, Elifas Andreato morreu na madrugada desta terça-feira (29) aos 76 anos de idade. O designer havia sido internado na última semana em decorrência de um enfarte.
A morte foi confirmada pelo irmão mais novo de Elifas, o ator e diretor Elias Andreato. Ele publicou um dos trabalhos do artista em suas redes sociais e lamentou a perda do irmão.
“Meu irmão, você retratou o que o nosso povo tem de mais belo: A dignidade! Irmão meu amado, você coloriu meu coração”, publicou.
Elifas Andreato nasceu em Rolândia, no Paraná, em 22 de janeiro de 1946. Ele começou com a veia artística fazendo desenhos em uma fábrica de fósforos, onde trabalhava como aprendiz de torneiro mecânico. Posteriormente, conseguiu um emprego na editora Abril, onde começou a influenciar o visual das capas de discos.
O artista trabalhou em capas de discos de artistas consagrados como Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Elis Regina, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Vinicius de Moraes e muitos outros. No total, produziu mais de 300 capas.
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Nos anos 70, enfrentou a ditadura em diversas publicações da imprensa alternativa, como o Semanário Opinião, o Jornal Movimento e a Revista Argumento. Teve obras censuradas, como o cartaz da peça ‘Morte Sem Sepultura’, que tinha uma cena da Segunda Guerra Mundial.
Em 2012, foi convidado pela Comissão da Verdade a realizar um painel sobre os horrores da ditadura. A obra ‘A verdade ainda que tardia’ foi instalada no anexo dois do Congresso Nacional, mas foi retirada do local por ser alvo de críticas de alguns deputados.
O artista plástico e jornalista Elifas Andreato esteve no programa Persona em 20 de junho de 2021. Assista:
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