O presidente Jair Bolsonaro chamou de "traição" o reajuste no preço dos combustíveis anunciado nesta sexta-feira (17) pela Petrobras. A declaração aconteceu durante entrevista à rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte.
“É uma traição para com o povo brasileiro. O presidente da Petrobras, o diretor e seu conselho traíram o povo brasileiro. O lucro da Petrobras é uma coisa que ninguém consegue entender, algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo mundo”, disse o presidente.
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A Petrobras anunciou nesta sexta um novo aumento nos preços dos combustíveis. A partir do sábado (18), o litro da gasolina aumentará de R$ 3,86 para R$ 4,06 às distribuidoras, enquanto o do diesel passará de R$ 4,91 para R$ 5,61.
“A Petrobras, só no primeiro trimestre deste ano, lucrou R$ 44 bilhões. E você tem como reduzir essa margem de lucro porque está previsto na lei de estatais que ela tem que ter um fim social. E ela não se preocupa com o social, se preocupa apenas com o lucro”, completou o presidente.
Bolsonaro ainda afirmou que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa.
"Conversei agora há pouco, há poucos minutos, com Arthur Lira. Ele está neste momento se reunindo com líderes partidários. E a ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos presidente da Petrobras, seus diretores e também os seus conselhos administrativos e fiscal", ressaltou.
"Nós queremos saber se há algo errado nessa conduta deles. Porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", emendou ele. A Petrobras segue uma regra de paridade que leva em consideração os preços internacionais do petróleo e a variação do câmbio no Brasil para a definição de seus preços”, continuou.
Os reajustes nos preços dos combustíveis são definidos pelo Conselho e pela direção da Petrobras. O governo indica a maioria dos conselheiros da empresa. Hoje, é formado por 11 membros, sendo seis indicados pelo governo Bolsonaro.
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