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Reprodução/Redes Sociais
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Um grupo de estudantes da UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) em Bauru organizou um protesto na noite da última sexta-feira, 01, contra o assédio sexual. Cartazes expostos no campus mostraram conversas em rede social entre um professor e uma aluna.

As mensagens teriam sido enviadas pelo professor de Ciências Humanas, Marcelo Magalhães Bulhões. Durante o protesto realizado ontem, uma das placas feitas pelas estudantes demonstrava a revolta, “R$ 23.223,25. Esse é o valor que a UNESP paga todo mês para Marcelo Magalhães Bulhões assediar suas alunas”.

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Diante dos protestos, a UNESP divulgou em suas mídias sociais o seguinte comunicado:

"A Unesp, campus de Bauru, vem a público informar que está atenta e acompanhando, desde a manhã desta sexta-feira, as manifestações que circulam nas redes sociais e em cartazes dentro do campus referentes à conduta inadequada por parte de um dos seus docentes. Cabe esclarecer que em 2017 foi instaurada uma apuração preliminar de natureza investigativa a partir de denúncias de assédio do docente mencionado nos cartazes. Tal processo culminou em uma sindicância administrativa contra este servidor, finalizada em 2018. A comissão sindicante, à época, indicou o arquivamento dos autos com recomendações, tais como instauração de mecanismos para fomentar medidas educativas e elucidativas sobre assédio. A Unesp vem desenvolvendo, desde então, ações efetivas de combate à violência, sobretudo ao assédio: Guia contra o Assédio; Aplicativo UNESP Mulheres e Protocolo Institucional de Acolhimento às Vítimas de Violência Sexual, entre outras. A Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC) repudia toda e qualquer prática de assédio. A FAAC defende a dignidade humana e é pautada por princípios que visam garantir o respeito e convívio harmônico em quaisquer circunstâncias e locais, especialmente em sua ambiência acadêmico-laboral. Nesse sentido, afirma que não medirá esforços para colaborar com as soluções de qualquer fato oficialmente demandado, tomando as medidas cabíveis, seguindo os protocolos administrativos com ética, responsabilidade e transparência. A FAAC reitera que toda e qualquer prática de assédio não é tolerada e ressalta a importância da formalização de denúncias, nos vários canais, inclusive na Ouvidoria da Unesp, que inclusive pode garantir o anonimato, evitando a exposição de vítimas e cobrando da comunidade unespiana atitudes que correspondam aos valores sociais e humanos condizentes com a excelência dos serviços públicos prestados pela instituição."

"Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no campus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado", declarou Bulhões em nota ao portal R7.

O comunicado dizia: "De modo semelhante, foi com enorme e desagradável surpresa que em 2019, em postagem no Facebook, recebi uma acusação de assédio. Naquela altura, ao tomar conhecimento que um coletivo da Unesp havia feito acusações com esse teor, solicitei uma reunião com o grupo de alunas. Elas recusaram o diálogo. Solicitei essa reunião por, naquela altura, estar totalmente perplexo diante das acusações. Uma comissão de sindicância foi, então, constituída pela FAAC – Unesp. Após um processo de investigação, o arquivamento do processo se fez precisamente por afiançar que nenhuma ação do teor de assédio foi por mim cometida. No curso do processo, aliás, recebi depoimentos de incondicional apoio e elogio ao meu profissionalismo, escritos por dezenas de alunas que foram minhas orientandas (mestrado, doutorado e iniciação científica). Portanto, só posso afirmar que estou absolutamente estarrecido diante de uma situação que julgo absurda. Os cartazes, aliás, foram anonimamente forjados e afixados no campus".

As denúncias por parte dos universitários também ganharam força nas redes. “Bulhões foi meu professor no primeiro ano de graduação (1999). Era metido que só. Um nojo. Por sorte, não fui um dos alvos dele. Mas saber que se passaram 2 décadas e ele pode ter feito isso com tantas mulheres só me deixa com nojo! Tá muito fod* ser mulher nesse país”, comentou uma ex-aluna em post do Twitter.

“Eu entrei na Unesp Bauru em 2013, com dezoito anos. Assim que entrei, minhas veteranas fizeram questão de avisar: cuidado com um professor de literatura que paga de descolado", diz outra estudante na plataforma digital.

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