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O Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade tem como intuito aumentar a conscientização sobre o problema, que de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete 3% da população global.

O distúrbio neurobiológico crônico apresenta características como: desatenção, dificuldade em memorização e em lidar com frustração, hiperatividade, desorganização, perda de noção de tempo.

“Eu preciso ver a frequência, a intensidade e as consequências. Todo mundo tem preguiça, procrastina, tem perda da noção de tempo, é hiperativo, desatento, mas se isso é frequente e traz prejuízos em vários aspectos da vida, temos que começar a analisar”, pontua Keila Chicralla, neuropsicopedagoga, pós-graduada em Neurociências Pedagógicas e em Educação Especial, em entrevista exclusiva para o site da TV Cultura.

Ainda segundo a especialista, normalmente o transtorno não vem sozinho. As comorbidades mais comuns que podem acompanhá-lo são: Dislexia, Transtorno Opositor Desafiador (TOD), Ansiedade e Depressão. Ele também pode se caracterizar em três tipos: O desatento, o hiperativo e o combinado, que é a junção dos dois. “O desatento não é aquele que é agitado, mas que tem a ‘cabecinha no mundo da luae o hiperativo é aquele que parece ‘parente do homem aranha’”.

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Por ser um “transtorno invisível”, ou seja, que não demonstra sinais específicos no rosto e no corpo, quem tem TDAH sofre constantemente com preconceitos vindos da sociedade, seja no mercado de trabalho, em âmbito escolar ou familiar.

“É algo muito comum você encontrar pessoas que são chamadas de preguiçosas, mas que na verdade não são nada disso. Eles têm o transtorno, mas os sintomas podem passar muito despercebidos”, explica Keila.

A especialista ainda expõe que a princípio os pais não costumam procurar ajuda, e só o fazem quando a situação começa a ficar “gritante”.

Diagnóstico e tratamento

Chicralla explica que o diagnóstico é realizado por uma avaliação neuropsicológica. Para isso, uma bateria de testes é realizada, os exames são restritos e utilizados para que o tratamento mais adequado seja definido.

Após isso, uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, neuropsicopedagogos ou psicopedagogos devem trabalhar os aspectos que passaram pela análise.

O primeiro trabalhará o emocional. O segundo especialista a organização e memória. Ainda avalia-se se existe a necessidade de um fonoaudiólogo, a indicação do profissional depender de caso a caso. “Tem crianças que vão precisar, mas outras não, porque um não é igual ao outro, mas o principal é entender o prejuízo e trabalhar ele, para que a criança ou adulto não o tenha mais”, finaliza.

O TDAH em uma grande maioria dos casos é hereditário e aparece durante a infância. Não há cura, entretanto, a agilidade em realizar o diagnóstico e começar o tratamento podem ajudar positivamente a lidar com o transtorno.

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