Uma pesquisa realizada pela Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade com brasileiros, aponta que quase 60% deles desenvolveram Covid-19 longa, tendo apresentado sintomas durante pelo menos três meses após a fase aguda.
O estudo utilizou um questionário on-line divulgado por e-mail e nas redes sociais. Para a análise, foram considerados os 1.230 participantes que responderam ter tido seu diagnóstico confirmado por teste PCR. Desses, 720 mantiveram sintomas por três meses ou mais, e 496 relataram ainda não estar totalmente recuperados no momento da pesquisa.
Os efeitos prolongados da doença foram mais frequentes entre os indivíduos não vacinados e mais de 80% dos participantes demandaram serviços de saúde por causa da persistência dos sintomas.
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Fadiga, ansiedade, perda de memória e queda de cabelo foram alguns dos principais sintomas apontados. Ao todo, os entrevistados citaram mais de 50 sintomas persistentes agrupados em dez categorias: cardiovasculares/coagulação, dermatológicos, endócrino-metabólicos, gastrointestinais, músculo-esqueléticos, renais, respiratórios, neurológicos e de saúde mental, além de sintomas gerais, como dor e tontura.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% dos pacientes considerados livres do Sars-CoV-2 e da doença aguda podem apresentar Covid-19 longa. Esta condição se refere a uma variedade de sintomas que permanecem ou até aparecem pela primeira vez até três meses após a infecção, sintomas esses que não podem ser explicados por outros motivos e que trazem prejuízos à saúde e à qualidade de vida.
O tratamento varia conforme quadro clínico apresentado, e o desfecho depende de fatores como a gravidade, existência de outras doenças crônicas e o acesso ao cuidado e à reabilitação. “Estudo recente sugere que as vacinas e, principalmente, as doses de reforço podem amenizar o quadro ou diminuir as chances de desenvolver a Covid-19 longa”, destaca nota técnica nº 44 da Rede de Pesquisa publicada em janeiro.
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