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Entenda como funciona o golpe que bloqueia pagamentos por aproximação

O objetivo da fraude é forçar o consumidor a inserir o cartão físico, cujos dados podem ser capturados e usados posteriormente pelos criminosos


09/02/2023 15h04

Na última semana, a empresa de cibersegurança Kaspersky descobriu uma nova categoria de golpe com cartões. O malware, conhecido como programa malicioso, é capaz de bloquear os pagamentos por aproximação em pontos de venda.

Segundo investigação da Kaspersky, as três novas variações da fraude são capazes de bloquear pagamentos por aproximação nos dispositivos infectados.

O programa malicioso instalado faz com que os bandidos detectem quando uma transação será via aproximação, e eles bloqueiam a tentativa, gerando uma falsa mensagem de “erro” na tela da maquininha.

Com a identificação do “erro”, a ideia é forçar o consumidor a inserir o cartão físico, cujos dados podem ser capturados e usados posteriormente pelos bandidos. De acordo com a Kaspersky, o Prilex é o primeiro malware no mundo capaz de bloquear pagamentos por aproximação nos dispositivos infectados.

O Prilex é um grupo brasileiro especializado em fraudes financeiras e ganhou notoriedade por migrar de um malware de caixas eletrônicos para um que consegue realizar fraudes em pontos de venda.

O portal da TV Cultura conversou com Christian Perrone. O especialista é pesquisador Fulbright (Universidade Georgetown, EUA), doutor em Direito Internacional (UERJ), e pesquisador no Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS). Perrone explica como funciona o vírus e como os consumidores podem se proteger.

Segundo o pesquisador, como o golpe faz com que o usuário seja forçado a usar a senha para realizar o pagamento, o vírus se duplica com mais facilidade. Os criminosos conseguem acesso a uma quantidade de informação do consumidor, que podem ser utilizados em outros crimes.

“É um mecanismo de exploração da vulnerabilidade [do pagamento por aproximação], faz com que de alguma maneira apareça uma mensagem com “erro”. Com isso, existe a duplicação dos efeitos. A pessoa não está sendo informada de que o cartão está sendo fraudado. Só que não é necessariamente a pessoa que está no caixa daquela empresa. É um vírus que realmente faz essa duplicação e acaba acontecendo, e tem impacto dos dois lados [consumidor e lojista]”, afirma.

Apesar da descoberta do golpe, Christian Perrone destaca que o pagamento por aproximação é seguro e confiável. Hoje, a modalidade é realizada tanto por cartões de crédito, quanto por celulares ou relógios digitais. O especialista reforça que as empresas, nos últimos anos, atualizam frequentemente o sistema para que a ferramenta seja acessível para o usuário.

“Seguros são realizados. É do próprio interesse das empresas que estão fornecendo esse meios de pagamento que seja fácil, acessível e seguro para que a pessoa continue a utilidade. Não é como se fosse alguma coisa experimental que estamos começando do zero. Isso já vem sendo utilizado, não é uma completa novidade”, acrescenta.

O pesquisador afirma que reconhecer um golpe por aproximação não é simples, uma vez que alguns erros pontuais e não criminosos também acontecem. No entanto, ele cita três dicas para ajudar o consumidor que utiliza a modalidade a se proteger e ficar atento caso aconteça alguma fraude.

1: Comprovantes: Segundo Perrone, pedir os comprovantes/notas fiscais quando realizar os pagamentos, principalmente em casos em que você não observa o valor na hora de finalizar a compra nos estabelecimentos.

2: Checagem de contas: Hoje, é comum que as pessoas tenham os apps de seus bancos instalados em seus aparelhos celulares. Uma dica para controlar as compras e prestar atenção nos golpes é sempre olhar as movimentações no seu aplicativo. Caso encontre algum pagamento que não tenha sido realizado por você, o ideal é conversar com o banco.

3: Notificação ao banco: De acordo com o pesquisador, é essencial reportar as instituições financeiras quando um golpe é realizado com o seu cartão de crédito. “É necessário tomar as devidas diligências. Sempre informar de alguma maneira a empresa de cartão. O banco faz essa intermediação quando acontece alguma coisa. É uma questão da própria empresa bloquear e entender o que está acontecendo”, explica.

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