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Vereador de Caxias do Sul é acusado de xenofobia ao comentar caso de trabalho escravo

Político aconselhou agricultores, produtores e empresários do setor agrícola a não contratarem baianos


01/03/2023 12h39

O vereador Sandro Fantinel (Patriota), de Caxias do Sul, município localizado em Rio Grande do Sul, fez um comentário xenofóbico ao comentar o resgate de trabalhadores em situação de escravidão nas vinícolas da serra gaúcha.

“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês. Não contratem mais aquela gente lá de cima, conversem comigo, vamos criar uma linha, vamos contratar os argentinos, porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma”. A declaração foi dada pelo político durante sessão da câmara nessa terça-feira (28).

Em sua fala, o parlamentar descreveu os argentinos como “limpos, trabalhadores, corretos, que cumprem o horário e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam”.

O conselho do vereador faz referência ao caso em que mais de 200 trabalhadores, muitos vindos da Bahia, foram resgatados em situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves, na semana passada. O deputado estadual Leonel Radde (PT), por sua vez, registrou um Boletim de Ocorrência contra Fantinel.

Ao G1, ele disse que se arrepende de ter dito que "a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor".

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Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 194 pessoas voltaram para o estado, quatro ficaram no Rio Grande do Sul e nove eram gaúchos de Rio Grande, Montenegro, Marau e Carazinho, que voltaram para suas cidades.

Eduardo Leite, governador do RS, definiu a declaração como um "discurso xenófobo e nojento".

Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia, também se manifestou: "Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor".

Na manhã desta quarta-feira (1º), a Câmara emitiu uma nota na qual informa que "não compactua com nenhuma manifestação de preconceito, discriminação, racismo ou xenofobia", e que a fala foi um posicionamento individual.

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