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Fertilidade após o câncer é possível: Entenda como funciona o congelamento de óvulos

Março Lilás busca conscientizar a prevenção e enfrentamento da doença no colo de útero


09/03/2023 08h30

O mês de março é marcado pela campanha Março Lilás, que busca conscientizar sobre a prevenção e enfrentamento do câncer de colo de útero.

Para a doença, que se origina, na maioria dos casos, de uma infecção genital persistente causada por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 17.010 novos registros neste ano.

Após ser diagnosticada com câncer, a mulher pode enfrentar dificuldades para engravidar, entretanto, em entrevista ao site da TV Cultura, Paula Fettback​, ginecologista especialista em reposição hormonal e infertilidade de alta complexidade, explica que não é a doença que interfere na fertilidade, mas sim alguns tratamentos para combater o tumor

“Dependendo do tipo de quimioterapia, a paciente pode ter uma falência ovariana. Em outros casos, quando diagnosticada com câncer ginecológico ou na região pélvica, e precisa fazer uma cirurgia de retirada do ovário, automaticamente a fertilidade será afetada. No entanto, dependendo do tratamento da doença, a mulher continua fértil. Não é porque teve o câncer que ela se tornou estéril”, diz.

Todo paciente, seja homem ou mulher, ao ter o diagnóstico de câncer, e tendo ainda desejo reprodutivo, deve passar por uma avaliação com um profissional especializado em reprodução assistida, para que a pessoa seja analisada e orientada de acordo com suas particularidades.

Caso não consiga congelar os óvulos antes do diagnóstico e entre em falência ovariana ou menopausa precoce, a ovodoação, técnica de reprodução no qual é utilizado o óvulo de uma doadora, é a única alternativa, segundo Fettback. O mesmo vale para mulheres que estão na menopausa e não realizaram o congelamento.

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Congelamento de ovos

Atuante em reprodução assistida há mais de 15 anos, a especialista revela que após a descoberta do diagnóstico, as pacientes podem optar pelo congelamento de óvulos antes do início do tratamento, contando com o apoio da reprodução assistida após a recuperação da doença. O processo dura em média 15 dias, sendo que para a eficácia do procedimento, o ideal é que ele seja iniciado durante o ciclo menstrual.

De acordo com Fettback, após passar por uma avaliação clínica, a mulher dá início ao método por meio da administração de medicação para indução hormonal, realizada por meio de injeções pequenas chamadas de ‘subcutâneo’. O controle é feito por meio de ultrassom transvaginal e exame de sangue.

Para a ovulação, ela passa por um processo de coleta de óvulos, procedimento iniciado com anestesia para que ela não sinta dor. “Por meio do ultrassom, utilizamos uma espécie de agulhinha que espirra os óvulos. Esse procedimento é feito em laboratório e dura em torno de 30 minutos. Depois a paciente se recupera e faz um período de repouso por um dia por conta da anestesia. O procedimento em si é minimamente invasivo. No dia seguinte, geralmente, já está recuperada e pode seguir vida normal”, conta.

Entretanto, adverte que o melhor momento para congelar os óvulos é abaixo dos 35 anos, porque geralmente, até esta faixa etária, a quantidade dos óvulos ainda se mantém preservada e os resultados positivos para uma gestação futura são maiores. O procedimento ocorre por meio de fertilização in vitro, que consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozóide em ambiente laboratorial. Portanto, após realizar o descongelamento, o embrião é formado e colocado dentro do útero da mãe.

“Até os 35 anos, com uma quantidade adequada de óvulos (entre 15 e 20), nós conseguimos uma taxa de 70 ou 75% de sucesso de gravidez. Após os 40 anos, essa porcentagem de sucesso cai para 15 ou 20%. A queda não é só na quantidade, mas também na qualidade dos óvulos”, destaca Paula.

As contraindicações absolutas são muito raras, mas, geralmente, acontecem quando a paciente possui contraindicação para anestesia ou na administração dos hormônios.

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