Cerca de 60% dos brasileiros deixaram de consumir marcas por discordarem das práticas das empresas
Estudo da Confederação Nacional da Industria aponta que consumidor repara em como as marcas se posicionam sobre diversos assuntos
16/03/2023 16h40
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Industria mostrou que 60% dos brasileiros já deixaram de consumir marcas, produtos ou serviços por discordarem das práticas das empresas. O estudo aponta que o consumidor pensa no comportamento da companhia antes de gastar o seu dinheiro. O levantamento ouviu mais de 2000 pessoas em todos os estados brasileiros em outubro do ano passado.
Um exemplo foi de Helen, que deixou de fazer compras no supermercado Carrefour após a morte de um cliente negro por um segurança do estabelecimento.
“Ficou evidente que o que aconteceu com aquele rapaz foi em virtude da raça, da sua cor, da etnia. Eu acredito que nem só por se tratar de uma pessoa preta, mas também por se tratar de uma pessoa de um nível social baixo”, explica Helen.
Ainda segundo o estudo, os motivos que mais influenciam no boicote de uma marca é o maltrato com os animais, violações de direitos trabalhistas, crimes ambientais, discriminação e posicionamento político.
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“É um caminho sem volta, tanto a Indústria, quanto os produtores, quanto a sociedade. Cada vez mais, eles irão exigir que os produtos sejam sustentáveis, que tenhamos menor emissão de gás de efeito estufa e o que país e o globo como um todo, tenham um futuro mais ambientalmente sustentável”, afirma Mônica Messenberg, diretora da Confederação Nacional da Industria.
O boicote a essas empresas não tem o objetivo de levar as empresas à falência. A pesquisa aponta que é uma forma de mostrar ao mercado que existe a necessidade de mudança.
“Quando a gente tem o boicote, temos uma cadeia de valor que foi quebrada exatamente por esse boicote. É necessário que haja um apoio governamental, que haja um apoio ligado aos investidores. A gente realmente precisa punir, trabalhar investigar, mas também não pode largar de vez, porque isso influencia todo um ecossistema local”, analisa Marcos Nakagawa, professor de marketing da ESPM.
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