Suspeitos de exploração sexual na Terra Yanomami são investigados por formação de facção
Duas adolescentes, uma de 15 e outra de 17 anos, foram resgatadas após serem exploradas em cabarés a serviço do garimpeiros
21/03/2023 15h22
Os integrantes de um grupo que é alvo da Polícia Federal (PF) em uma operação que investiga a exploração sexual contra meninas em garimpos na Terra Indígena Yanomami são apontados como pessoas violentas, que também estariam envolvidas com tráfico de drogas e exploração criminosa.
Até o momento, a corporação já identificou quatro pessoas envolvidas na rede de prostituição. Duas são irmãs e foram presas no último sábado (18). Já o marido de uma delas e uma outra mulher estão foragidos.
Investigadores chegaram até a identidade deles após uma menina de 15 ter sido resgatada. A jovem passou cerca de 30 dias numa área de garimpo e relatou ao Conselho Tutelar que fazia até 16 programas por noite. Ao deferir o pedido, o juiz substituto Thiago Russi Rodrigues, da Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima, citou a periculosidade dos investigados. Além da primeira vítima, a polícia identificou e ouviu outras duas: uma adolescente, de 17 anos, e uma jovem, de 19. Essas duas últimas relataram que, durante o período menstrual, eram obrigadas a atender os clientes e colocar na vagina um tampão de algodão para eles não percebessem.
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As três relataram constantes ameaças e intimidações caso saíssem dos locais sem autorização do grupo criminoso. Atraídas pelas redes sociais com promessas de falsos trabalhos e salários irreais, as vítimas são levadas ao território com dívida inicial de R$ 10 mil e lá, são obrigadas a se prostituir em cabarés à serviço da atividade ilegal, de acordo com investigação da PF.
No depoimento, as duas contaram que os chefes do cabaré chegaram a ficar com alguns pertences para garantir que elas não fugiriam. No entanto, as duas receberam ajuda para conseguir chegar à uma outra região. De lá, pegaram o barco que abordado na fiscalização da Polícia Federal.
Em entrevista do Roda Viva, Sonia Guajajara ministra dos Povos Indígenas Sonia, enfatiza que situações como essa são comuns dentro do garimpo, e pois isso, é necessário combate. "O garimpo só deixa doenças, alcoolismo, prostituição, fome e destruição ambiental", afirma ministra em pergunta feita pelo editor Gustavo Faleiros.
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