O ministro da Justiça, Flávio Dino, revelou, nesta quarta-feira (22), ser um "absurdo" vincular antiga fala de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Sergio Moro (União Brasil), em menção a organização criminosa que planejava um ataque ao senador. Em entrevista, o presidente da República revelou que, quando estava preso em Curitiba, em visitas, as autoridades lhe perguntavam se estava bem, e ele respondia que "só estaria bem quando se vingasse de Moro". O ministro condenou as narrativas que estão sendo divulgadas nas redes sociais relacionando a declaração aos planos do grupo criminoso.
Dino esteve em São Paulo para participar de um evento com advogados na Zona Sul. Antes, concedeu uma coletiva na qual deu detalhes sobre a operação da Polícia Federal para prender integrantes da facção que planejava ataques contra o senador Sergio Moro, o promotor Linconln Gakiya e outras autoridades. De acordo com o ministro, o plano da facção seria uma retaliação aos agentes públicos envolvidos em ações contra o grupo.
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Ainda em a coletiva, o ministro disse que acionou o diretor da Polícia Federal após ser informado das suspeitas de ataques a autoridades pelo presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há 45 dias.
"Evidente, eu contatei imediatamente com o diretor da Polícia Federal, o Dr. Andrei, informei da possibilidade oriunda desse relato que me foi transmitido pelo presidente do senado, senador Rodrigo Pacheco, e determinei que a Polícia Federal estivesse mobilizada tendo em vista que se inseriria na sua competência pelo fato de que teria uma repercussão interestadual". De acordo com o ministro, além do promotor de Justiça e do senador Moro, autoridades do sistema penitenciário de vários estados também eram alvo do grupo.
Entenda o caso
Em 2019, quando Moro era ministro de Segurança Pública, governos federal e de São Paulo transferiram Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 integrantes do PCC para penitenciárias de segurança máxima.
Na época, a operação foi realizada depois que o Ministério Público descobriu um plano da facção para resgatar os principais líderes que estão presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do estado. O promotor Lincoln Gakiya foi autor do pedido de transferência.
Segundo a PF, agentes cumprem 24 mandados de busca e apreensão e outros 11 de prisão em quatro estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e São Paulo.
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