Bolsonaro usou fazenda de Nelson Piquet para guardar joias da Arábia Saudita
O material teria saído das garagens privativas do Planalto e do Alvorada direto para a propriedade rural do ex-piloto
28/03/2023 19h47
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a fazenda do tricampeão de Fórmula 1 e apoiador de seu governo, Nelson Piquet, para guardar presentes e um terceiro conjunto de joias que recebeu do governo da Arábia Saudita. A informação foi revelada pelo jornal Estado de S. Paulo nesta terça-feira (28).
De acordo com o veículo, embora cartas e livros tenham sido despachados para o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, caixas com os presentes de Bolsonaro de alto valor teriam saído das garagens privativas do Palácio do Planalto e do Palácio do Alvorada até a “Fazenda Piquet”. A propriedade fica localizada em área rural em região nobre de Brasília, próxima do Lago Sul.
O material teria sido levado para a fazenda do ex-piloto no dia 20 de dezembro de 2022, alguns dias antes do término do mandato do presidente. Na semana seguinte, peças de diamantes que teriam sido entregues a primeira-dama Michelle Bolsonaro e avaliadas em R$16,5 milhões foram encontradas quando a comitiva do governo tentava entrar no Brasil com as joias pelo aeroporto de Guarulhos de forma ilegal. Na ocasião, Bolsonaro teria enviado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) a fim de tentar resgatar as joias.
O Tribunal de Contas da União (TCU) define que presentes entre chefes de Estado, exceto aqueles de “natureza personalíssima” e de consumo próprio, devem ser incorporados ao patrimônio da União - o que não ocorreu nos episódios relatados.
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Aliança de Nelson Piquet e Bolsonaro
Nelson Piquet Souto Maior, empresário brasileiro e tricampeão mundial de Fórmula 1, é um apoiador assíduo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2021, durante as comemorações de 7 de setembro, foi ele quem dirigiu um Rolls-Royce levando o então presidente no desfile de abertura. Em 2022, ele esteve presente em atos contra o Supremo Tribunal Federal e em manifestações bolsonaristas contra a derrota de Bolsonaro durante as eleições.
O ex-piloto também acumula episódios de discriminação. Na última sexta-feira (24), ele foi condenado pela Justiça do Distrito Federal, a pagar R$ 5 milhões em danos morais a Lewis Hamilton depois que realizou comentários de cunho racista e homofóbico contra o piloto inglês.
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