Perito que analisou queda de helicóptero com filho de Alckmin é condenado a três anos de prisão
Procuradores do MP que denunciaram o perito, afirmam que ele fez diversas afirmações falsas no inquérito policial
31/03/2023 11h35
A Justiça de São Paulo condenou o perito Hélio Rodrigues Ramacciotti a três anos de prisão por falsa perícia e outras irregularidades no trabalho de elaboração do laudo sobre a queda do helicóptero que resultou na morte de Thomaz Alckmin, filho do então governador de São Paulo e atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O acidente ocorreu em 2015 e outras quatro pessoas morreram.
Os procuradores do Ministério Público (MP) que denunciaram o perito, afirmam que ele fez diversas afirmações falsas no inquérito policial. De acordo com a sentença, o perito poderá responder em liberdade.
A pena de prisão foi convertida na prestação de serviços à comunidade e no pagamento de um salário mínimo (R$ 1.320) a uma entidade pública ou privada com destinação social. Além disso, segundo a determinação da juíza Carolina Hispagnol Marchi, Ramaciotti também deve perder o cargo como servidor público.
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No documento apresentado como denúncia em 2018 pela promotora Camila Moura e Silva, a magistrada apontou os seguintes erros:
- O perito afirmou que um painel de chaves do helicóptero não estava danificado e tinha as chaves em posições adequadas, mas fotos na denúncia mostram que isso não é verdade;
- O perito disse que o veículo tinha um certificado diferente ao que realmente tinha. "Dentro das hipóteses para a queda que estavam sendo abordadas naquele momento fazia toda a diferença atestar se a aeronave tinha certificado FAR 27 ou 29", diz a denúncia;
- Em seu lado, ele escreve que teve contato com uma aeronave que era a versão militar do helicóptero que se acidentou, mas, segundo a promotora, na verdade se tratava de versão de outro modelo;
- Perito usou informações sobre exames das quais não participou ou realizou, como análise de combustível e fluído hidráulico. "Comparando seu laudo com o da aeronáutica, percebeu-se que se tratava de cópia integral", disse a promotora.
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