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“O presente tem que ser de baixo valor”, afirma Bruno Dantas sobre joias de mais de R$17 milhões recebidas por Bolsonaro

Presidente do TCU esclarece diferença entre o que deve ser público e o que deve ser privado


03/04/2023 23h20

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, está no centro do Roda Viva desta segunda-feira (4). 

Bruno Dantas assumiu a presidência do TCU em dezembro de 2022. Natural de Salvador, capital da Bahia, o ministro é formado em Direito e foi servidor concursado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Também foi Consultor Legislativo do Senado Federal durante 11 anos.

A apresentadora Vera Magalhães dá início perguntando sobre a questão das joias da Arábia Saudita que foram recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que juntas são avaliadas em mais de R$ 17 milhões. A jornalista pede para que Bruno Dantas esclareça sobre o que deve ser considerado do Estado brasileiro e o que pode ser considerado do governante.

Em resposta, o presidente do TCU afirma que essa confusão está relacionada a um patrimonialismo inserido na cultura brasileira, de que agentes públicos ainda teriam "muita dificuldade em separar o público do privado".

"No mais das vezes o presente não é oferecido à pessoa da Presidência da República, mas à instituição Presidência da República do Brasil", afirma Bruno.

Questionado sobre quais condições os chefes de estado poderiam guardar os itens para si, o presidente do TCU destaca: 

 "O presente tem que ser personalíssimo e de baixo valor, aí ele pode ir para o acervo pessoal do presidente. Se não, ele precisa ir para o acervo da Presidência da República, que é uma instituição nacional e que, portanto, é a real destinatária desses presentes", esclarece. 

Assista ao trecho:

Vera Magalhães questiona ainda se haverá uma auditoria para avaliar as joias que Bolsonaro guardou na fazenda de Nelson Piquet, ex-piloto de Fórmula 1 e apoiador do ex-presidente. Bruno Dantas afirma que sim e que pretende colocar em ação um plano de reforço na fiscalização de bens: 

"Nós faremos no último ano de cada governo uma auditoria para que possamos inventariar todos os presentes que foram recebidos e verificar se a Presidência da República catalogou os bens adequadamente, no acervo privado ou no acervo público", finaliza o presidente do TCU.

Leia também: "Nossa avaliação é de que o novo arcabouço fiscal é mais equilibrado", comenta presidente do TCU

Assista ao programa completo:


Participam da bancada de entrevistadores Andreza Matais, editora executiva do Estadão em Brasília, Murillo Camarotto, repórter do Valor Econômico em Brasília, Bárbara Baião, analista política no Jota, Patrik Camporez, repórter do Globo em Brasília, e Idiana Tomazelli, repórter da Folha de S. Paulo em Brasília.

Com apresentação de Vera Magalhães, o Roda Viva vai ao ar toda segunda-feira ao vivo, às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, e nas redes sociais Twitter e Facebook.

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