Olhos vermelhos, pálpebras fechadas, lacrimejamento e secreção estão entre os sintomas mais comuns de uma conjuntivite, doença ocular que pode apresentar diferentes tipos e causas.
Altamente contagiosa, pode ser transmitida pelo contato direto com as mãos nos olhos, com a secreção ou com objetos contaminados. Acontece quando a conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular - o branco dos olhos - e o interior das pálpebras apresenta inflamação.
Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, Ricardo Paletta Guedes, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) explica que as conjuntivites infecciosas, que podem ser virais ou bacterianas, estão entre as mais comuns. Elas são transmitidas geralmente pelo contato com as mãos, compartilhamento de toalha, travesseiro, além de outros objetos pessoais.
A doença exige afastamento social de familiares, colegas de trabalho e amigos para evitar a transmissão. Por isso, ao atender o paciente, o médico pode dar um atestado para que a pessoa fique em casa.
De acordo com o especialista, a quantidade de dias de afastamento depende de cada caso. A conjuntivite bacteriana, ao iniciar o tratamento com antibiótico, é resolvida rapidamente, em um período de dois ou três dias.
Na viral, como não há colírio que mate o vírus, o próprio organismo tem como função combatê-lo. Fato que irá depender inteiramente da parte imunológica do paciente. “Pedimos repouso e hidratação, além de cuidados semelhantes ao de uma gripe. Tem casos que duram dois ou três dias, enquanto outros duram até 40 dias, e isso tem que ser acompanhado e monitorado pelo médico”.
Já as conjuntivites alérgicas são provocadas normalmente pelo contato com algum produto, seja de beleza ou para a limpeza da casa ou do ambiente em questão. Nesse caso, o ideal é tentar identificar a causa e se afastar dela para poder melhorar da conjuntivite. “Enquanto não conseguimos [esse afastamento e melhora], temos colírios antialérgicos que irão controlar a alergia. Uma vez identificado o produto, a gente tem que se afastar dele”, ressalta.
Nesse caso em específico, o paciente pode continuar com suas atividades do dia a dia normalmente, sem a necessidade de afastamento social.
Quando devo procurar o oftalmologista?
Ao apresentar os sintomas, o ideal é que a pessoa vá ao médico oftalmologista o quanto antes. Por meio do exame médico oftalmológico é possível determinar o tipo de conjuntivite e estabelecer o tratamento adequado.
Entretanto, na ausência do especialista para atendimento imediato, o médico de plantão no hospital ou posto de saúde pode cumprir essa função. Caso a pessoa ainda encontre dificuldades para ir até o local ao estar em um viagem, por exemplo, a primeira coisa que pode fazer é comprar um soro fisiológico na farmácia, colocá-lo na geladeira, e instilar dentro do olho de hora em hora para lavá-lo, o que serve para qualquer conjuntivite e ameniza os sintomas.
Ricardo Paletta destaca que o tratamento deve ser acompanhado pelo oftalmologista para que adequações sejam feitas, se necessário. “Caso não haja melhora com determinado colírio, pode ser necessário mudar para outro ou até mesmo dar entrada com novo tratamento, como medicamentos orais e outras terapias para melhorar a conjuntivite”, explica.
Quais cuidados devo ter ao estar com conjuntivite?
Além de sempre manter as mãos limpas e não dividir objetos pessoais durante o tratamento, pessoas que usam lentes de contato devem suspender o uso temporariamente até que os sintomas cessem. A ação é indicada para qualquer tipo de conjuntivite.
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