Promotoria de Paris recorre à decisão que absolveu empresas por queda de voo que matou 228 pessoas
Justiça francesa considerou que apesar de terem cometido “falhas”, não foi possível demonstrar "nenhuma relação de causalidade" segura com o acidente
27/04/2023 07h08
O Ministério Público de Paris informou nesta quinta-feira (27) que entrou com recurso contra a decisão judicial que declarou inocente a fabricante dos aviões Airbus e a Air France de "homicídio involuntário" no caso do acidente com o voo AF447 Rio-Paris, em 2009, que deixou 228 mortos.
Em abril, a Justiça francesa absolveu as duas companhias por considerar que apesar de terem cometido “falhas”, não foi possível demonstrar "nenhuma relação de causalidade" segura com o acidente.
Na prática, a Justiça acredita que nenhum problema técnico do avião provocou a queda da aeronave, que caiu sobre o Oceano Atlântico no dia 1º de junho de 2009 após passar por uma turbulência severa.
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Em 2011, investigadores franceses afirmaram que os pilotos responderam "com falha" a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e, por conta disso, a aeronave entrou em queda livre e não conseguiu responder aos alertas de estol, quando o avião perde a capacidade de voar.
O juiz do tribunal criminal de Paris listou vários atos de negligência de ambas as empresas ao anunciar o veredicto do julgamento, mas disse que eles ficaram "aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo".
"Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito", disse o juiz ao tribunal lotado.
Este foi o primeiro julgamento da França por homicídio involuntário corporativo. A multa máxima nesses casos é de 225 mil euros (cerca de R$ 1,21 milhão). Ambas as empresas se declararam inocentes das acusações.
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