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Preso em ação da PF contra Bolsonaro diz saber quem matou Marielle

Marcello Siciliano, suspeito no assassinato da vereadora, teria ajudado a falsificar o cartão de vacina de Jair Bolsonaro e de aliados


03/05/2023 18h52

O ex-major do Exército, Ailton Gonçalves Moraes Barros, afirmou saber quem mandou matar a vereadora Marielle Franco, assassinada ao lado de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A informação consta em uma petição do Ministério Público Federal (MPF) para o inquérito das milícias digitais que teve o sigilo retirado nesta quarta-feira (3), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com base na quebra de sigilo telemático pela Polícia Federal (PF), as mensagens trocadas entre Barros e o ex-ajudante de Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, indicam que o “sucesso” para adulterar os dados no cartão de vacinação de sua mulher, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, teve a intermediação do ex-vereador Marcello Siciliano.

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Em contrapartida, Mauro Cid teria que ajudar a resolver o problema no visto de Siciliano, depois que ele foi apontado por uma testemunha na investigação que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco. Nas mensagens, Barros afirma saber quem foi o mandante do crime. 

As alterações no cartão de vacinação permitiram que a mulher de Mauro Cid viajasse pelo menos três vezes aos Estados Unidos. A divulgação do documento foi realizada depois da operação da PF que prendeu o ex-ajudante de Bolsonaro, na investigação da inclusão de dados falsos no ConecteSus, sistema do Ministério da Saúde, e nos cartões de vacinação contra a covid-19 de Bolsonaro e de aliados. 

Os agentes policiais também realizaram busca e apreensão na casa do ex-presidente em Brasília. A operação da PF foi baseada na quebra de sigilo de seus aparelhos de comunicação. No pedido do MPF, a origem dos dados é citada. “A presente petição foi autuada a partir dos relatórios de análise do material colhido por força da quebra de sigilo telemático dos dados armazenados em nuvem das empresas Google (Google Drive) e Apple (Icloud), em poder de Mauro Cesar Barbosa Cid, consoante determinada nos autos do Inquérito no 4.878/DF", diz trecho da petição.

Em resposta, Bolsonaro afirmou que “não existe” adulteração em seu cartão de vacinação e que nunca pediram a ele comprovante de imunização. Disse que sua filha Laura, 12 anos, também não se vacinou contra a covid-19. Segundo ele, só Michelle Bolsonaro (PL) tomou o imunizante da Janssen, nos Estados Unidos. 

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