CPI contra o MST é instalada com comando de deputados da direita

A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira (17) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar ocupações de terras por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) foi eleito presidente do colegiado e indicou o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP), para a relatoria.

A chapa eleita tem ainda o deputado Kim Kataguiri (União-SP) na primeira vice-presidência, o deputado delegado Fábio Costa (PP-AL) na segunda vice-presidência e o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) na terceira vice. Do total de 17 votos, a chapa oficial recebeu 16, um voto foi em branco. Por acordo, não houve disputa e a inscrição de novas chapas.

O requerimento de abertura da comissão foi lido no fim de abril pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Na mesma ocasião, Lira também leu os requerimentos de abertura de outras duas CPIs: uma sobre manipulação de resultados em partidas de futebol e outra sobre inconsistências bilionárias nas contas das Lojas Americanas.

A instalação da CPI do MST já foi criticada por ministros do Governo Federal. No final de abril, após a leitura do pedido de abertura da CPI, o chefe da pasta Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que não via razão para criação do colegiado. "Vai investigar o quê? Vai investigar ocupações que não existem mais, famílias que já não estão naquelas terras?", questionou o político.

Na ocasião, o ministro disse ainda que não há fato determinado que possibilitasse os trabalhos da CPI.  Para que uma CPI seja instalada é necessário que, pelo menos, 171 deputados apoiem a criação da comissão parlamentar de inquérito, após isso, os partidos devem indicar os integrantes do colegiado.