Presidente de Tribunal Militar afirma que há indícios de golpe nos atos de 8 de janeiro
Ministro Francisco Joseli Parente Camelo diz que há indícios, mas irá esperar pela declaração da defesa
19/06/2023 16h52
O presidente do Supremo Tribunal Militar (STM) Francisco Joseli Parente Camelo afirmou nesta segunda-feira (19) que há indícios de tentativa de Golpe de Estado contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos atos de 8 de janeiro. A declaração dada em uma entrevista ao canal GloboNews.
"O presidente Lula hoje de manhã falou, realmente, os indícios de golpe houve, foram fortes, mas temos que dar oportunidade para todas as pessoas se defenderem", disse Camelo.
Apesar da declaração, o ministro não quis emitir opinião sobre a situação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro na presidência da República.
"Temos um longo caminho e a gente não deve colocar o carro na frente dos bois, estaríamos ferindo o princípio de presunção de inocência", disse Camelo.
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Na semana passada, a Polícia Federal (PF) encontrou um documento com instruções para um golpe de Estado no celular de Cid. Inicialmente, as informações contidas em um relatório foram divulgadas na última quinta-feira (15) pela revista Veja. Na sexta-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu tornar públicas os conteúdos.
O documento com nome de "Forças Armadas como poder moderador" funcionava como uma espécie de roteiro para o Golpe de Estado. A partir da autorização do presidente, as orientações visavam a desestruturação das instituições democráticas, como a nomeação de um interventor, a abertura de inquéritos e substituição de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a criação de um prazo para a implementação de novas eleições.
"Se [Cid] se excedeu, foi além do previsto como ajudante de ordens, será julgado por isso”, completou o ministro.
Diante desse cenário, ele defendeu a regulamentação das redes sociais.
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"O próprio WhatsApp, todo mundo tem e se vê no direito de falar o que quer, o que pensa, muitas vezes de forma até irresponsável. Não podemos aceitar tudo isso, o que ficam falando as pessoas, falando de golpe como se fosse normal, como se estivesse no barzinho tomando cerveja”, finalizou.
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