O presidente Lula conversará, por telefone, nesta quarta-feira (5) com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. De acordo com o presidente brasileiro, o tema será o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
O telefonema ocorrerá um dia após o petista assumir o comando do Mercosul. Sanchéz, por sua vez, tomou posse no último dia 1º como presidente do Conselho da União Europeia.
Nessa terça-feira (4), Lula disse que o acordo entre os blocos é um dos "compromissos que já não podem mais ser adiados". Ainda segundo ele, o premiê espanhol indicou que "seria importante fazer o acordo enquanto ele presidisse" a representação da União Europeia. Os dois mandatos vão durar seis meses.
A negociação entre Mercosul e União Europeia teve início em 1999. Em 2019, com receio da política ambiental de Jair Bolsonaro (PL) por parte dos europeus, o acordo não foi finalizado.
Recentemente, já no governo Lula, a UE adicionou termos para a conclusão do acordo. Os dispositivos estabelecem punições em caso de descumprimentos de obrigações dos países signatários. O Planalto tem avaliado negativamente as condições.
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Durante o encontro dos chefes de Estado do Mercosul dessa terça, o presidente brasileiro criticou a proposta do bloco europeu, mas pontuou que está "comprometido" com o encerramento das tratativas.
"O instrumento adicional, apresentado pela União Europeia em março deste ano, é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente", disse.
"Vou conversar com o presidente Pedro Sánchez e vou tentar estabelecer com ele uma relação para ver se a gente consegue... Nós temos, no Brasil, um material estudado, temos que enviar para todos os presidentes que compõem o Mercosul para que a gente possa avaliar e quem sabe convocar uma reunião de ministros (do Mercosul) para poder definir o texto que queremos apresentar (como contraproposta aos instrumentos adicionais da União Europeia), concluiu.
Lula também sugeriu que a contraproposta seja discutida na próxima reunião entre a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, prevista para 17 e 18 de julho em Bruxelas, na Bélgica.
"Quem sabe não seja a Celac o momento de discutir o Mercosul, porque nós vamos roubar a cena da Celac. Mas nós vamos ter que ter uma proposta e enviar a proposta para eles e chamá-los para discutir, para ver se a gente consegue, neste semestre, fazer o acordo definitivo entre União Europeia e Mercosul. [...] Vou tentar ver se a gente consegue avaliar uma reunião de ministros (do Mercosul) para definir o texto que precisamos enviar", declarou.
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