O bispo Rolando Álvarez, que foi preso após criticar o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, foi solto na última segunda-feira (3), de acordo com a imprensa local.
Álvarez foi preso em agosto de 2022. No entanto, em fevereiro deste ano, foi condenado a mais de 26 anos de prisão por acusações que incluíam traição, atentar contra a integridade nacional e espalhar notícias falsas.
De acordo com o jornal "Confidencial", Álvarez foi solto por ordem de Ortega e está sob proteção do Conselho Episcopal. A reportagem afirma que há uma negociação entre o governo do país e o Vaticano para que o bispo seja exilado.
Álvarez foi perseguido pelo governo da Nicarágua após denunciar violações de direitos humanos. Ele se recusou a ser exilado para os Estados Unidos e acabou sendo preso.
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O conflito entre Daniel Ortega e a Igreja Católica no país já dura cinco anos. O presidente da Nicarágua acusa os bispos do país de "golpismo" por apoiarem protestos da oposição feitos em 2018. Em quatro anos, a Igreja Católica recebeu mais de 200 ataques na Nicarágua, o que chamou a atenção do mundo e causou preocupação no Vaticano.
Em junho deste ano, Lula e o Papa Francisco conversaram sobre as desavenças entre Ortega e a Igreja. Na época, o petista disse que pretendia conversar com o presidente da Nicarágua para pedir a soltura de Álvarez.
Nessa terça-feira (4), Lula voltou a citar o episódio durante a cúpula do Mercosul. O presidente disse que a conversa com Ortega estava prevista para a próxima semana.
"Eu assumi o compromisso com o Papa Francisco de falar com o Daniel Ortega, na próxima semana, para falar da disputa com os setores da igreja. O que não pode é a gente isolar e a gente levar em conta que os defeitos estão em apenas um lado, os defeitos são múltiplos", afirmou.
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