O ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol comentou as declarações do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) sobre as delações premiadas do ex-policial Élcio de Queiroz, que confessou ter participado do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018.
Dallagnol ironizou e questionou o fato de Dino elogiar o instrumento da delação premiada para o avanço das investigações.
"Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos?", disse o ex-procurador.
Ele seguiu nas redes sociais comentando o caso, relembrou entrevistas de petistas sobre delação premiada e questionou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, sobre prisões alongadas.
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"Elcio Queiro, delator no caso Marielle, está preso preventivamente desde março/2019, há + de 1.500 dias. Cadê o ministro @gilmarmendes, os advogados do prerrô (em referência ao grupo Prerrogativas) e os jornalistas que criticavam as prisões alongadas de Curitiba? O problema era a Lava Jato né?", publicou nas redes sociais.
Élcio de Queiroz deu uma delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Preso desde 2019 ao lado de Ronnie Lessa, miliciano acusado de ser um dos autores do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-policial militar contou detalhes do caso às autoridades.
Segundo o delator, que ainda será julgado ao lado do amigo pelo Tribunal do Júri, Lessa fez os disparos contra a vereadora e o motorista, bem como a assessora da política, Fernanda Chaves, que estava no banco de trás do carro e sobreviveu ao atentado.
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Queiroz também admitiu que dirigia o veículo usado no ataque. Outro detalhe revelado pela colaboração foi que Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro conhecido como Suel, fez campanas para vigiar Marielle. Ele foi preso novamente na manhã desta segunda-feira (24).
Dallagnol perdeu o mandato como deputado federal em maio de 2023 baseado na Lei da Ficha Limpa. Segundo o TSE, o ex-parlamentar deixou o Ministério Público para escapar de possíveis punições referentes à sua atuação na Operação Lava-Jato.
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