O aumento de casos e mortes de pessoas contaminadas por uma ameba popularmente conhecida como “comedora de cérebro” tem preocupado a comunidade científica.
O parasita "naegleria fowleri" vive em águas doces e quentes e o aquecimento global pode influenciar no surgimento de novos casos. Ele ganhou o apelido porque sobe pelo nariz e destrói o tecido cerebral.
Nos Estados Unidos, onde está a maior parte dos registros, o centro de controle e prevenção de doenças confirmou 157 casos até o ano passado. Apenas quatro pessoas sobreviveram.
Recentemente, um rapaz de 17 anos, uma criança de dois anos e um homem infectado depois de beber água da torneira morreram. A taxa de letalidade é de quase 98%, maior que a do vírus ebola.
Leia também: Secretaria da Saúde registra queda de 23% nas internações por leishmaniose no estado de SP
As mudanças climáticas podem estar relacionadas ao aumento dos casos. O estudo publicado numa revista científica nos Estados Unidos cita o exemplo do avanço do parasita em estados que não tinham relatos de infecções porque costumavam ter um clima mais ameno.
O aumento da temperatura no planeta, que registrou o mês de julho mais quente da história, favorece a proliferação do protozoário.
"O naegleria fowleri é um protozoário termofílico, porque ele vive em água com temperaturas de 42°C a 45°C, mas ele também é termotolerante e pode tolerar acima de 50°C. Com a elevação da temperatura as águas se tornam mais quentes, um local perfeito para ele sobreviver e se reproduzir”, explica a doutora em microbiologia agrícola e do ambiente da UFRGS Denise Leal dos Santos.
Assista à matéria sobre o tema que foi ao ar esta sexta-feira (11) no Jornal da Cultura:
Leia também: Número de vítimas dos incêndios no Havaí sobe para 55
REDES SOCIAIS