Durante seu depoimento àComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a invasão e a depredação das sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que Jair Messias Bolsonaro (PL) garantiu que o concederia um indulto caso fosse preso por sua atuação no sistema eleitoral do Brasil.
Em depoimento à Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (16), o hacker afirmou que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP), aliada do ex-presidente da República, para invadir alguns dos sistemas do poder judiciário. A informação foi confirmada por seu advogado, Ariovaldo Moreira.
Responsável pelo acesso às mensagens que deram origem à Vaza Jato, Delgatti foi preso no início do mês pela PF. Ele também é suspeito de ter invadido sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Ao ser questionado, na CPMI, se recebeu garantia de impunidade caso atuasse conforme a vontade seus mandantes, ele respondeu que sim. "Recebi. Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava esse indulto", completou.
Delgatti também falou que a conversa "foi bem técnica" e visava "falar sobre as urnas e sobre a eleição". O hacker também parafraseou o que Bolsonaro teria dito, segundo sua versão: "Olha, a parte técnica eu não entendo, eu irei enviá-lo ao Ministério da Defesa e lá, com os técnicos, você explica tudo isso."
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