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O aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 no Nordeste do país se mantém, de acordo com o boletim InfoGripe divulgado nesta sexta-feira (22).

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 50, de 10 a 16 de dezembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de dezembro.

O Ceará é o que chama mais atenção pelo ritmo acelerado de crescimento da doença, apesar de demonstrar sinais de redução entre os jovens adultos. No entanto, o mesmo não se confirma entre os idosos. Com foco no estado, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe aparecem em destaque.

Na Bahia, que foi o primeiro estado da região a entrar nesse ciclo de alerta, sinais de interrupção no crescimento são notados, apesar de ainda não indicar reversão para queda.

Na região Norte do Brasil não se observa um aumento associado à Covid-19, mas há um crescimento ligado às crianças e pré-adolescentes com outros vírus respiratórios.

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Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, chama a atenção para quem for se deslocar a esses locais: “Quem for viajar para estados do Nordeste, fica o pedido de uma atenção ainda maior naquelas recomendações fundamentais, ou seja, vacina em dia e lembrar que grupos de risco têm uma indicação para já antecipar a dose de reforço, que tem se mostrado eficaz em continuar a diminuir o risco de desenvolver o caso grave de Covid”.

O especialista também indica a realização de tais eventos em ambientes abertos ou bem ventilados, além da recomendação do uso de máscaras de qualidade (N95, PFF2) caso estiver com sintomas de gripe, com o nariz escorrendo, espirros, tosses, incômodo na garganta e/ou dificuldade respiratória, apesar do ideal ser ficar de repouso na própria casa.

Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantém o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e idosos. A incidência por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e na população a partir de 65 anos.

Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus. Já a mortalidade se mantém significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de Covid-19.

Nesta atualização, onze estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe.

Entre as capitais, oito apresentam sinal de aumento: Aracaju (SE), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM) e Rio Branco (AC).

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Resultados positivos e óbitos

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (1,7%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (16,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (56,2%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: 0,8%, 0%, 0% e 91,7%.

Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 171.710 casos de SRAG, sendo 67.771 (39,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 87.457 (50,9%) negativos, e ao menos 7.697 (4,5%) que aguardam o resultado laboratorial.

Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os positivos do ano corrente, 7,1% são influenza A, 3,6% influenza B, 32,9% VSR, e 34,8% Sars-CoV-2 (Covid-19).

Referente aos casos de SRAG de 2023, independentemente da presença de febre, já foram registrados 10.961 óbitos, sendo 5.629 (51,4%) positivos, 4.575 (41,7%) negativos e ao menos 199 (1,8%) que ainda aguardam resultado. 8,8% são influenza A, 4,5% influenza B, 6,7% VSR, e 73,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).