Convidado da bancada do Jornal da Cultura desta quarta-feira (14), o filósofo Luiz Felipe Pondé afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bolsonarismo são os melhores cabos eleitorais do PT.
Para defender a tese, o filósofo lembrou o momento que o Partido dos Trabalhadores passava na década de 2010, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e a prisão do atual presidente Lula em 2018, na operação Lava Jato, que posteriormente foi anulada.
“É impressionante como Bolsonaro e o grupo deles foram, de certa forma, os melhores cabos eleitorais que o PT teve nos últimos três anos. Eles são tão burros, agressivos e miseravelmente ignorantes, em termos de prática política, que tiveram o efeito semelhante à ditadura na direita. A ditadura transformou a esquerda na grande vítima de tudo e na salvadora do mundo. Agora, os bolsonaristas fizeram a mesma coisa”, disse.
Confira o comentário na íntegra:
A Polícia Federal cruzou registros de celulares e dados de entrada e saída do Palácio da Alvorada, a residência do presidente da República, na investigação sobre a suposta minuta golpista. Segundo investigadores, Bolsonaro pediu modificações no documento e liderou uma reunião com comandantes das Forças Armadas para discutir o plano.
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A defesa do ex-presidente quer que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, reconsidere a proibição de contato de Bolsonaro com outros investigados, inclusive por meio de advogados. Segundo a defesa, "restringir com quem ou o que pode ser discutido entre advogado e cliente configura uma limitação inconstitucional ao exercício da advocacia".
Além disso, os advogados alegam que proibir contatos de Bolsonaro com aliados, inclusive com o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, é uma "medida excessiva e desprovida de razoabilidade, podendo acarretar prejuízos irreparáveis ao exercício democrático e ao processo eleitoral".
Bolsonaro quer também a devolução do seu passaporte, apreendido durante operação da Polícia Federal na última semana. Para a defesa, a medida viola a liberdade de locomoção do ex-presidente e tem um um "indisfarçável caráter de pena". Os advogados citam ainda que, ao longo das investigações, "não foi apresentado nenhum indício que justificasse a alegação de risco de fuga".
Segundo Pondé, a extrema-direita “sequestrou” o diálogo civilizado entre partidos e figuras políticas de esquerda e direita moderadas.
“O PT devia acender uma vela para a foto do Bolsonaro, para agradecer a ele”, concluiu.
Saiba mais sobre o tema na matéria do Jornal da Cultura que foi ao ar esta quarta-feira:
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