Convidado da bancada do Jornal da Cultura desta segunda-feira (19), o historiador e youtuber Marco Antonio Villa declarou que a fala do presidente Lula (PT), que comparou os ataques de Israel à Faixa de Gaza com o Holocausto, “legitima a ação terrorista do grupo Hamas de 7 de outiubro do ano passado”.
“É importante destacar que, ao contrário do que disse o presidente, não é uma luta entre um exército e mulheres e crianças. É uma luta da única democracia do Oriente Médio, que é Israel, que foi agredida de forma mais do que conhecida no trágico dia 7 de outubro de 2023”, disse.
O comentário de Lula fez com que o governo de Israel reagisse. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que "as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves" e que "comparar Israel ao Holocausto Nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha".
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Nesta segunda, o Itamaraty chamou de volta ao país o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, depois de o governo de Netanyahu declarar o presidente Lula "persona non grata". Na etiqueta da diplomacia, este tipo de medida só acontece quando um país quer mostrar insatisfação com outro. Não chega a ser um rompimento de relações, mas aumenta o impasse diplomático.
“Com a fala, o governo brasileiro perde qualquer capacidade de legitimar uma negociação entre as partes. Um genocídio significa um planejamento de estado de extermínio do outro, a chamada solução final, adotada pela Alemanha Nazista”, comentou Villa.
O conflito entre Israel e o Hamas se intensificou após os ataques do grupo armado em solo Israelense em 7 de outubro de 2023. Na ocasião, cerca de 1.200 pessoas morreram na ofensiva e centenas foram sequestradas.
Como resposta, o governo israelense promoveu diversos ataques à Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Segundo o ministério da saúde do Hamas, 28.400 palestinos já morreram em decorrência da ofensiva de Israel.
O historiador também disse no Jornal da Cultura que o comentário de Lula “joga água” na extrema-direita brasileira, que vai “incorporar um discurso falso de defesa de Israel”. “Parte da extrema-direita brasileira é antissemita”, completou.
Saiba mais na matéria sobre o tema que foi ao ar esta segunda-feira (19) no Jornal da Cultura:
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