De acordo com o Censo 2022, 49 milhões de brasileiros, ou seja 24%, viviam em lares sem descarte adequado de esgoto. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23).
Entre os pretos e pardos – grupos que representam respectivamente 10,2% e 45,3% da população brasileira, o percentual sobe para 68,6%. Entre os brancos (43,5%), 29,5% viviam nessa situação. Entre os indígenas (0,8%), 1,7%, e entre os amarelos (0,4%), 0,1%.
Nas últimas duas décadas, a fatia da população sem coleta de esgoto adequada caiu. Em 2010, eram 36%, em 2000 41% e em 2022 de 25%.
Acesso à água
A falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões em 2022. Pretos e pardos representam 72%, enquanto brancos, apenas 24%.
Outra informação relativa ao abastecimento de água trata a forma como ela chega até o domicílio. Para aqueles onde viviam 192,3 milhões de brasileiros, 95,1% da população, ela chegava encanada até dentro da residência – ou seja, diretamente em torneiras, chuveiros e vasos sanitários.
Já para 2,5% isso acontecia apenas até o terreno. Enquanto que para outros 2,4%, a água não chegava encanada – ou seja, precisava ser transportada em baldes, galões, veículos ou outros recipientes.
Leia também: Lula se reúne com Arthur Lira e lideranças parlamentares no Palácio da Alvorada
Banheiros
Segundo o IBGE, 1,2 milhão de cidadãos (0,6% da população) moram em residências sem nenhum banheiro ou sequer um buraco para dejeções, o que indica que precisam defecar e urinar a céu aberto.
Em 2022, em 71,1 milhões de residências, onde moravam 197,5 milhões de pessoas (97,8% da população brasileira), existiam ao menos um banheiro de uso exclusivo.
0,5% residiam em lares onde a utilização era compartilhada entre mais de um domicílio. Enquanto 1,2% que não possuíam banheiros e utilizavam sanitários ou buracos para dejeções.
A desigualdade de renda também pode ser sentida na quantidade. Enquanto 5,4 milhões moravam em lares com mais de quatro, 3,5 milhões não tinham o cômodo, o sanitário ou possuiam apenas um buraco para dejeções.
Coleta de lixo
No total, o percentual geral de pessoas que contavam com coleta de lixo subiu de 85,8% para 90,9% entre 2010 e 2022 no país, mas as desigualdades regionais persistiam.
Na região Norte a proporção da população atendida foi de 78,5%. Já na região Sudeste foi de 96,9%. Em situações intermediárias encontravam-se as regiões Nordeste (82,4%), Centro-Oeste (93,1%) e Sul (95,3%).
Lares
A proporção de cidadãos que moram em apartamentos continua a crescer. Em 2000 o índice estava em 7,6%, subiu para 8,5% em 2010, até chegar a 12,5% em 2022, apesar da maioria ainda viver em casa: 84,8%.
O Piauí tem a maior proporção de pessoas em casas (95,6%), enquanto o Distrito Federal lidera em apartamentos (28,7%).
Leia também: Após alta de mortes, Sônia Guajajara irá para a terra Yanomami na próxima semana
REDES SOCIAIS