Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal, fez um discurso nesta quinta-feira (7), em sessão especial na corte, em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, que acontece nesta sexta-feira (8).
"Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”, afirmou a ministra.
Única mulher entre os ministros do tribunal, Cármen Lúcia alertou para a necessidade da promoção da paz, em especial no ambiente doméstico, para o público feminino. Em sua fala, ela citou os números de feminicídio em 2023. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados hoje, no ano passado, 1.463 mulheres vítimas de feminicídio.
"Num país que assassina mulheres (...) num país em que as crianças são também assassinadas até mesmo no espaço doméstico, é preciso se dizer que este país precisa muito que nós todos comecemos a pensar sob o prisma da promoção da paz e não apenas de combate [à violência]", declarou.
Na sessão desta quinta, o STF discute processos relativos aos direitos das mulheres. Entre eles, uma ação que questiona a utilização, em processos judiciais, de estratégias de desqualificação e culpabilização de vítimas de crimes sexuais.
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“Violência doméstica é epidemia no Brasil”, diz Barroso
Nesta quinta, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, também discursou sobre a questão das mulheres.
De acordo com o ministro, "a questão da violência doméstica ainda é uma epidemia no Brasil”.
Barroso também mencionou as políticas postas em prática pelo Conselho Nacional de Justiça para garantir uma paridade de gênero na escolha de desembargadores em tribunais de segundo grau, além do protocolo que prevê uma análise dos processos sob a perspectiva de gênero.
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